Os novos mangás da Panini para 2011

E a toda poderosa italiana parece que finalmente começa a dar as suas caras com os mangás em 2011. E tem pra todos os gostos…

Ainda há quem ache a JBC a maior editora de mangás no Brasil. Outros já consolidam a Panini como dominadora do mercado brasileiro.

Minha opinião é que a JBC sabe escolher bons títulos de expressão, mas a Panini possui um “carinho” maior por parte do público. Tratamento melhor na qualidade gráfica, melhor edição, melhor tradução, revisão. Tá, a Panini é melhor, eu concordo. Tem o maior catálogo de mangás no Brasil e embora tenha tido seus casos de cancelamentos e o descaso que muitas vezes ela tem com seu público no que se diz referente a datas de lançamento, possui mangás para todos os gostos.

Mas esse não é um post para comparar as editoras brasileiras. Deixemos isso para outra oportunidade.

O caso é que a Panini, depois de lançar Astral Project, Welcome to NHK e Voices of a Distant Star, já possui 5 novos mangás em seu catálogo para o decorrer do ano. E ainda devem surgir mais surpresas nas próximas semanas. Hoje eu iria apenas comentar dos 3 que foram divulgados pelo Anime Pro, mas vou aproveitar o gancho e falar dos outros que já estavam na boca do povo por aí.

O primeiro é Dorothea, mangá shounen de 2005, em 6 volumes e de autoria da autora de pseudônimo de Cuvie. O título chegou a ser publicado nos Estados Unidos pela extinta editora CMX, braço da DC Comics de mangás.

A história nos remete a uma era medieval onde uma jovem de cabelos brancos e olhos vermelhos chamada de Allen Walker Dorothea utiliza sua força e suas habilidades com a espada para proteger seu povo contra conquistadores que tentam dominar suas terras. Confesso que não conhecia a obra, então li o primeiro capítulo do mangá que baixei importei e confesso que a primeira coisa que me veio a mente foi Claymore. Não na história, mas talvez pela forma como o mangá é caracterizada. A autora, que ficou “famosa” pos sua grande quantidade de hentais e doujins, possui um traço limpo, bonito e que favorece as cenas de ação. Pra quem vai ficar “órfão” de Guin Saga, eu recomendo muito o título. Deve agradar em cheio os fãs de um bom mangá de ação medieval. Não é nada “novo”, mas a obra sabe usar os clichês a seu favor, o que torna o mangá envolvente.

“Mas Dih, Dorothea é da JBC segundo o site da LigaHQ.”

Bem, pra quem não sabe ainda, a “notícia” de Dorothea veio através do site de compras virtuais, a LigaHQ. Seu sistema bizarro de reservas costuma colocar seus futuros lançamentos e lá consta Dorothea. O estranho é que o mangá consta com o valor de 9,90 e na periodicidade bimestral, mas na editora JBC.

Não seria a primeira vez que a LigaHQ se enganaria em algo assim. Malditos estagiários. Pelo preço e pela periodicidade, tirando que a JBC possui o costume de avisar em seu próprio site ou no Henshin de seu lançamento, tudo nos mostra que foi um leve engano e o mangá é realmente da Panini.

Dorothea ainda não tem data de lançamento, e como já dito terá o valor de 9.90 e com periodicidade bimestral pela Panini.

O segundo lançamento é talvez o de maior impacto no ano até agora. Trata-se de Kimi Ni todoke, provavelmente o mangá shoujo de maior sucesso atual e um dos mangás que mais vendeu no ano de 2010 no Japão. O mangá possui 12 volumes e está em andamento. Também possui uma série animada, com uma temporada completa e uma em andamento. Pra completar o sucesso, também possui um filme Live Action lançado em 2010.

A história nos conta a história da jovem Sawako, uma garota que se fosse no Brasil diria que sofria bullying é alvo de “medo” por parte dos colegas de escola que a comparam com a personagem principal do filme Ring (ou a nossa versão “O Chamado”, como queiram), a medonha Sadako, até mesmo no nome. Sawako tem o sonho de um dia poder fazer amizades sem as pessoas terem medo dela, e é aí que entra o mothafocka e melhor personagem ever seu colega de classe Kazehaya. O garoto que é totalmente o contrário de Sawako: consegue a amizade de todos, querido por todos, todas o querem e melhor aluno da classe. Kazehaya começa a proteger Sawako e mostrar para as pessoas a sua volta que a garota não é o que todos pensam dela e que também tem um lado encantador. A partir daí, começam as intrigas das garotas com ciúmes de Kazeahaya e sua proximidade com a Sawako, e a fofíssima forma como os dois vão descobrindo seus sentimentos.

Pra mim, a Panini acerta em cheio com esse título e nem preciso citar os méritos da obra. Merece ser o melhor mangá do gênero atualmente e tenho certeza que conseguirá muitos fás por aqui assim como vem conquistando nos EUA na publicação da editora VIZ. Super recomendável. A obra também não tem data definida para lançamento, será lançada pelo preço de 9.90 e com periodicidade bimestral.

Agora começando pelos anúncios de hoje, temos o curtinho Darker Than Black de apenas 2 volumes.

É importante citar que Darker Than Black possui dois mangás diferentes. O primeiro, com arte de Nokiya possui o nome de Darker Than Black, possui dois volumes e está finalizado e conta a história do anime de uma forma diferente. É uma adaptação, mas que difere em muitos aspectos, podendo assim ser lido sem medo de “estragar” a obra original. O segundo, ilustrado por Yuji Iwahara, se chama Darker than Black: Shikkoku no Hana, possui 3 volumes e ainda está em andamento com capítulos mensais. Esse pode ser tratado como um complemento da segunda temporada do anime, fazendo a ligação dos fatos da primeira temporada com a mesma e fechando algumas pontas que ficaram soltas na exibição da série. A informação que eu tenho é que o que será publicado no país por enquanto é apenas o primeiro título, sem previsão para o outro.

Quanto a história, Darker Than Black mostra pessoas com poderes especiais, chamadas de Contratantes. Pessoas essas que em troca desses poderes perdem todas as suas emoções e são usadas como espiãs e máquinas de combates, programadas para matar sem dó e nem piedade, em missões geralmente cedidas pela ordem do Sindicato. O personagem principal, Hei, terá que enfrentar alguns outros contratantes para descobrir o porque seu jeito diferente de outros Contratantes: ele possui compaixão e alguns sentimentos que não deveriam existir em alguém da sua raça.

Darker Than Black é mais um dos mangás originados de um anime. Não o li por completo e não posso dizer o que acho do título, mas por gostar muito da série (que chegou a disputar atenção na época de sua exibição com Code Geass e Gundam 00 no Japão) vou dar uma chance ao mangá também. E assim que sair o primeiro volume, verão minha opinião aqui, fiquem tranquilos. Lembrando que o mangá é shoujo, portanto não esperem grandes cenas de ação.

Nada confirmado sobre periodicidade, preço ou data de lançamento, mas nada que deva fugir muito do padrão da Panini.

No quarto lançamento, temos outro shoujo de bastante sucesso atual: Kaichou Wa Maid-Sama. Lançado nos EUA somente com o nome de Maid-Sama, o mangá de Fujiwara Hiro possui 12 volumes no Japão e está em andamento.

Mais um shoujo que repete a fórmula de sucesso de quase todos os outros de sucesso: uma garota que tem um segredo a esconder de garotos. Misaki é uma dessas garotas que preside o conselho estudantil de uma escola que antes pertencia somente a garotos e que agora é mista. A todo instante ela defende a presença das garotas no colégio e luta todos os dias contra os garotos para reivindicar esses direitos de “igualdade”. O que ninguém sabe, é que a garota trabalha numa cafeteria de meio período vestida como maid, aquelas atendentes com roupinhas que você sonha no Brasil e nunca vai ver, ou pelo menos ninguém sabia, até o garoto mais popular da escola, Takumi, ir até essa cafeteria e descobrir a papagaiada toda. A partir daí, começa a dura vida de Misaki, tendo que atender os pedidos e caprichos de Takumi para que ele não revele seu segredo para todos na escola e ela não perca a vaga de presidente.

A história me lembra um pouco de Karekano, mas demora para engranar. O primeiro volume chega a ser cansativo de se ler e não encanta. Mas a história vai engrenando mais rápido e você percebe a relação dos personagens, e como Takumi e Misaki aprendem a dividir esse segredo de maneira bem humorada, ao mesmo tempo que fazem de conta não perceberem que estão gostando um do outro. O roteiro algumas vezes se torna repetitivo, mas algumas risadas são garantidas.

Acho um bom particularmente um bom substituto para Ouran e Otomen aqui. O mangá já teve um anime (que também não empolgou no começo, mas terminou com bons índices de aprovação) e possui um fandom relativo no Brasil. Acredito que venda em boa quantidade. Nada confirmadao também sobre formato, preço ou periodicidade. Resta aguardar.

Para encerrar, o quinto e último lançamento anunciado: 07-Ghost. Pra mim uma grata surpresa. Mais um dos mangás da classe “demora pra empolgar” e também do “shoujo disfarçado de shounen”. O mangá é de de Yuki Amemiya com desenhos de Yukino Ichihara e possui 10 volumes no Japão, ainda em publicação. Ganhou um anime de 25 episódios em 2009 e também possui um bom fandom pelo seu conteúdo propício a visões shounen-ai.

Sempre que comento desse mangá, comento com sua similiaridade com D.Gray Man. O mangá conta a história de Teito Klein, um garoto que era escravo do império, e que começa a frequêntar a acadêmia militar do Império por possuir acesso ao Zaiphon, um tipo de poder sobrenatural valorizado. Taito sofre de uma espécie de amnésia e não lembra totalmente de seu passado, e começa a perceber que após sua graduação na academia, algumas coisas estranhas começam a acontecer, principalmente conversas sobre atitudes passadas de seu pai. Ao descobrir mais sobre seu passado, Taito começa uma tentativa de fuga junto com seu amigo Mikage, e após serem atacados, são salvos por “padres” que se dizem parte de uma organização chamada de “Os 7 fantasmas”, que luta em uma guerra contra o temido Império de Verloren. Teito descobre que carrega o Olho de Mikhail e que terá que lutar ao lado dos 7 Fantasmas para descobrir mais sobre seu passado.

O mangá começa parado, sem ação e aparentemente cheio de clichês. Mas aos poucos vai se mirabolando de maneira curiosa. A trama que envolve ação, conspirações e boas doses de suspense deve conseguir atrair o gosto de muitos. Acredito que os fãs de D.Gray Man gostarão da série, como já disse. Seu traço é lindo e vale a pena ser conferido também.

Esse comprarei sem dúvidas. Assim como os outros lançamentos, nada de data, preço ou periodicidade pra esse também.

Para finalizar o post, resta dizer que a Panini acertou nos títulos. Talvez tenha errado um pouco em trazer coisas que ainda não terminaram, mas é um risco que tem que se correr. Além disso, os 3 em andamento possuem um bom fandom no país e devem se manter por si. Os finalizados devem ser alvo dos leitores casuais que procuram mangás de poucos volumes para não sobrecarregar no orçamento. Estratégia essa que parece dar muito bem para a Panini.

Com certeza virão comentários de todos os lados reclamando dos títulos e discutindo a qualidade dos mesmos, mas isso é de se esperar. Do jeito que esse povo anda mal acostumado, até Dragon Ball se fosse lançado hoje em dia seria questionado. Aos que vão comprar, aproveitem os lançamentos! Aos que esperam coisas melhores, fica a dica para aguardarem pois novas surpresas ainda virão no ano pela Panini e também pela JBC!

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.