Comentando Black Rock Shooter #04

A Deadmaster finalmente ganha seu espaço de destaque no melhor episódio da série até aqui.

Eu sou corintiano e não desisto nunca. Acho que é isso que reflete meu espírito assistindo Black Rock Shooter. E deu certo, ao menos um pouquinho. O quarto episódio foi bem acima da média e apesar de passar longe de ser excepcional foi bom. Ainda tem suas cenas irritantes e as pontas soltas de sempre, mas foi muito melhor executado do que seus antecessores. E um dos grandes responsáveis por isso foi uma das teclas que eu mais venho insistindo por aqui: o chororô. Não houve lágrimas escorrendo a torto e a direita nesse episódio (tá, tirando uma cena ou outra que realmente não me incomodaram) e isso ajudou muito para a história se desenvolver.

Como eu disse, não significa que o anime agora esteja “MASTERPIECE! O MELHOR DA TEMPORADA!” mas não me senti tão ruim tendo que assistir o mesmo episódio 3 vezes para escrever esse texto (é, eu faço isso, me julguem sociedade). Acredito que a entrada da Deadmaster de vez na série vai ajudar muito no crescimento da mesma. Aliás, dois comentários sobre a Yomi: eu odeio ela e eu adorei ver ela enlouquecendo. Agora vamos deixar de papo e partir para os comentários semanais para não perder o costume.

Nota: Essa seção possuirá spoiler dos episódios. Leiam daqui por diante por conta e risco.

Black Rock Shooter #4  – Um dia o mundo sonhado se encerrará

Quando a choradeira reduzida ajuda um anime a ter seu melhor episódio

Pois é. Como falei antes, esse com certeza foi o melhor episódio da série até aqui. Tudo pareceu menos artificial, embora não significa que algumas situações possam realmente serem encontradas no mundo real. Mas hoje estou bonzinho, então acho que vou pegar leve. Ou não. Algumas pessoas acreditam que eu estou apenas fazendo a série de puro “hate”, mas NÃO! Pra quem viu o post dos animes da temporada, viu que falei que esperava algo bom de Black Rock Shooter. Não posso simplesmente elogiar algo se ele não merece. A expectativa era alta e não foi correspondida. Simples assim. Alguns fãs não entendem que uma opinião expressada minha não quer dizer que vocês devem parar de assistir – pelo contrário, o propósito dessas postagens são justamente discutir com vocês o que se passa em cada episódio.

Pois bem, deixando de lado o desabafo, vamos ao episódio que começa com mais uma “garota do outro mundo” jogando a Cheriot por um penhasco. “Sai pra lá, bitch. Não precisamos mais de você.” Na verdade eu tenho minhas suspeitas de quem seja essa personagem, mas vamos deixar isso mais pra frente. O que interessa dos primeiros minutos do anime é a chegada da Kagari (a doidinha que era apaixonada pela Yomi e a aprisionava em sua casa como sua escrava, lembram?) no colégio. Aqui acontecem uma das coisas mais non-sense da minha vida. Que diabos de alunos ficam felizes com uma garota recém transferida só por ela ser “bonitinha e mal educada”? Isso acontece no Japão, é isso? Olha, me desculpem, mas se alguém falar que isso é normal precisa de uns tratamentos psicológicos.

E a partir daqui o episódio começa a se focar na nossa adorável (só que ao contrário) Yomi. A garota começa a viver um intenso processo de crise existencial, onde tudo parece girar contra ela. Sua amiga Kagari agora consegue uma “independência” no colégio e faz várias amizades. Mais até do que a própria Yomi que não consegue nem passar um tempo com a Mato direito. E claro que não poderia faltar a nossa querida Saya-sensei para dar aquela cutucada na garota, dizendo que ninguém precisava dela. Tudo muito conveniente, não? Podemos ver em seus olhos – literalmente – que isso causa um desiquilíbrio emocional muito grande na garota, afetando o outro mundo e seu alter ego Deadmaster.

E uma coisa parece piorar a outra. Kagari cada vez mais vai conseguindo interagir com facilidade com as outras alunas e isso irrita profundamente a Yomi. O pior são as outras garotas random da classe que não sabem a história das duas conseguirem dar sua opinião sobre isso do nada. Chega a ser irritante. Aí você começa a ficar com pena de toda a situação depois que vê a Kagari pedindo ajuda para a Mato em como conseguir deixar a Yomi feliz. Que bonitinha, não? Até o final do episódio, pelo menos.

Temos mais algumas crises de ciúmes de Yomi (sério, essa garota me irrita profundamente – chega a ser o peso morto da série de tão idiota e besta) e um desenvolvimento meio confuso no meio de tudo isso. Aqui não sabemos mais se ela se importa mais com a Kagari ou com a Mato. Mas temos certeza que ela não quer ficar sozinha. BITCH, PLEASE! Esses draminhas dela são insuportáveis. Poxa, ela não pode aprender a dividir suas amizades? Por mais que seja a história de Black Rock Shooter e tudo mais, isso não faz o menor sentido pra mim – embora existam pessoas na vida real que conseguem ser igualmente estranhas nesse quesito, agindo como se fossem donas de seus amigos.

Mas vamos abrir um parentese para a parte que me deixou mais empolgado com o episódio. Lembram da Arata? Aquela menina do clube de basquete que tinha passado vergonha por causa de ter se confessado para um garoto? Pois bem, ela volta pra escola e pro clube e bla bla bla. O legal foi a cena em que o garotinho foi atrás dela e disse que tudo não passava de um mal entendido e que ele também gostava dela e tudo mais. E sabem o que aconteceu? Nada. A garota simplesmente perdeu as memórias do incidente e não deu um real pela declaração do menino. É aí que podemos tirar conclusões em comparação com a Kagari. Vamos ver.

Yomi continua na sua crise existencial e fica ainda pior quando percebe que Mato não vai até ela e nem manda um e-mail ou nada do tipo. Ao invés disso, quem o faz é Yuu, amiga da menina dos olhos azuis – que vou deixar minha teoria sobre ela para o final mesmo. Aqui temos uma direção de cena bem estranha: a mesma imagem ficou parada por quase 30 segundos no meu monitor (até achei que o episódio estava com defeito). Mas eu quero chegar na parte em que Yomi “fala” um “Não vou ficar sozinha! Tenho que ficar com uma amiga de qualquer jeito!” e corre pros braços da Kagari.

E chegamos ao meu momento favorito do episódio. Kagari entrega um pacote para Yomi, a agradece, segue todo o protocolo e… diz que fez tudo aquilo apenas para se livrar da menina! Pausa pra minha risada, por favor. HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA (Desculpa gente, não gosto dela, podem me bater.)

E aí enquanto eu admirava a crise mental da Yomi percebi o que realmente acontecia ali. Na verdade as pessoas que tinham seus alter-ego derrotados no “outro mundo” perdem a memória dos acontecimentos que lhes ligaram de alguma forma com a Black Gold. Da mesma forma que Arata não se lembrava do garoto pelo qual era apaixonado, percebemos que Kagari também não lembrava de nenhum dos seus sentimentos por Yomi. Percebam que a todo momento ela fala “eu achava que gostava de você” ou “eu acho que era assim”. Ela só manteve a “amizade” por protocolo e nada mais.

Aí a coisa fica séria! A doideira da Yomi – que eu gostei bastante da cena, por sinal – atinge o outro mundo e desperta a fucking awesome Deadmaster, a verdadeira antagonista da Black. Aí a porrada começa a rolar solta e vamos de tiros e rajadas de poder pra todos os lados. Pelo menos por alguns segundos, já que o resto vai ficar pro episódio 5 mesmo.

Agora lembram-se que deixei tudo da Yuu para o final? Pois bem. Acredito que a Yuu esteja agindo “ao lado” da professora louca do mal. Percebam  que a menina é a única que conversa com a titia e não é atingida de forma negativa de alguma forma. Além disso, foi bem suspeito a atitude dela em tentar virar amiguinha da Yomi só por causa da Mato. Lembrando que também foi ela quem levou-a até o “consultório” da professora e quis que ela fizesse a amizade com a garota dos olhos verdes. Para mim, aquela nova “integrante” que vemos no começo do episódio se livrando da Cheriot, na verdade é o alter ego de Yuu, a ajudante da Black Gold no outro mundo. Apenas teoria, mas vamos ver como isso se desenvolve.

Como falei quando escrevi, a série não é linda, perfeita e tudo de bom do mundo. Ainda faltam a explicação de alguns pontos, como o porque das ações da Saya ou a forma como surgiu a ligação do outro mundo (se é que isso vai ter algum tipo de explicação). Mas tirando os furos técnicos desse episódio, ele foi bem satisfatório para mim. Vamos ver o rumo agora na segunda metade do anime. Façam suas apostas.

Ponto positivo: O despertar completo da Deadmaster e a Yomi se dando mal nas suas amizades.

Ponto negativo: Não entendi a necessidade daquela cena de “1 minuto de silêncio” no meio do anime. Ficou vazia e sem resultado de impacto nenhum.

Nota do episódio: 8 de 10 (deixar claro que o 8 é porque eu gostei da Yomi se ferrando no episódio)

por Dih

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.