Soul Eater e Freezing são os novos mangás da JBC

Eu já sabia de Soul Eater.

Eu já sabia. Desde que o senhor Marcelo Del Greco tinha comentado no Facebook, minhas suspeitas já eram plenas do lançamento desse mangá aqui. Agora só se confirmaram,

A editora JBC confirmou seus dois principais (ou pelo menos do primeiro semestre) lançamentos para 2012. Disposta a tentar derrubar a Panini com One Piece, Bleach e Naruto, a editora lança agora Soul Eater, mangá com 20 volumes e em andamento desde 2003 e publicado na revista Shonen GanGan, a mesma de Fullmetal Alchemist. A autoria é de Atsushi Okubo, e o mangá  já ganhou uma série animada de 51 episódios.

Soul Eater conta a história de jovens que treinam para serem “artesões” que comandam “armas da morte” com a intenção de derrotar demônios (kisshins) e bruxas desse mundo. Os artesões tem o dever de ajudar suas armas a derrotarem 99 kisshins e 1 bruxa para terem o direito de se transformarem em uma Death Scythe, a arma do todo poderoso Shinigami. A história segue na cola de três duplas principais: Soul e Maka, Tsubaki e Black Star, Lizz / Patty Thompson e Death the Kid.  O mangá é um dos melhores shounens publicados nos dias de hoje e vale a pena a conferida na obra sem nenhuma dúvida.

Ela também anunciou Freezing, um mangá que na verdade é um “manhwa feito no Japão” (só um trocadilho, já que os autores são coreanos) e publicado na revista seinen Comic Valkyrie, contabilizando 13 volumes encadernados desde 2007. O mangá assinado conta com o roteiro de Dall-Young Lim e os desenhos de Kwang-Hyun Kim. Também teve um anime de 13 episódios, mas passa longe de ser o “sucessor legítimo” de Tenjho Tenge como a editora disse em sua divulgação.

Freezing conta a história de Kazuya Aoi, um garoto que adentra uma espécie de escola para garotas guerreiras (e peitudas) chamadas Pandoras, que lutam contra alienígenas de uma dimensão chamada Nova, que invadiram a Terra. As Pandoras possuem parceiros (e aí entra a tal história dos garotos) chamados de Limitadores, que lutam ao lado delas ativando o poder de “congelamento” (Daí o nome Freezing, tã-dã!). A Pandora principal chama-se Bridget e ela ainda terá que escolher seu limitador e é aí que entra Kazuya na história. Qual será o destino desses dois juntos? Muitas roupas rasgadas, porrada rolando pra todo lado e calcinhas amostra aguardam os leitores.

Agora o que esperar da JBC? São dois bons títulos, com toda a certeza. Soul Eater é mangá para ser carro chefe e ser tratado como tal. Já Freezing é o mangá que chega para “ocupar espaço” deixado por Negima que acabará em breve, além de preencher a lacuna de séries como o próprio Tenjho Tenge (Mas não! Não tem porcaria nenhuma de sucessor legítimo!)

Os dois mangás chegam para fazer companhia de Sakura Card Captor e os Guide Books de Fullmetal Alchemist, que praticamente já viraram lenda na editora. Todos devem sair ainda no primeiro semestre do ano, como já foi dito.

Agora fica aqui a minha opinião como leitor: Soul Eater é DO CARALHO (desculpem o palavreado) e merece mesmo estar vindo para o Brasil, mesmo com um pouco de atraso. Por sua vez, eu não dou a mínima para Freezing, e acho que muitos outros mangás melhores poderiam estar vindo para o seu lugar. Porém, é claro que eu já não espero um papel decente, páginas com cuidado e nem todos os mimos nessa edição de Soul Eater. Com um papel cada vez mais ridículo por parte de ambas as editoras, fica cada vez mais difícil acreditar em um futuro realmente bom para o mercado de mangás para colecionadores no Brasil.

Se você compra os títulos para leitura esporádica, não vai sentir algum efeito sobre isso. Mas se você é um colecionador, você vai se incomodar com um papel que você consegue ler duas páginas atrás. Chega a ser ridículo.

Repito: Soul Eater é ótimo. A JBC acerta em cheio no título. Mas não sei se dessa vez ela terá meu dinheiro para essa obra. Acho que preciso visitar um pouco mais o mercado americano ou até mesmo os volumes originais japoneses. Errar uma vez é normal, errar diversas vezes em sequência como vem acontecendo com a JBC, é incoerente e desrespeitoso.

Mas enquanto eu falo isso, tenho certeza que a grande maioria das pessoas vai continuar aceitando tudo isso tranquilamente, sem reclamar. É isso que estagna nosso mercado cada vez mais, e tende a ficar assim por muito tempo. Uma pena. Colecionadores parecem não encontrar seu pedaço de mundo por aqui ainda.

por Dih

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.