Ranking Oricon de vendas de mangás: 2 à 8 de Abril

Duas palavras para esse ranking: SHOUNEN JUMP!

E voltamos para mais um ranking semanal da Oricon. Acho bem interessante essa postagem, tanto de escrever quanto de ver a reação das pessoas que a leem. O pessoal percebe quanto material bom e que vende muito no Japão ainda não está disponível para nós, mesmo tendo ótimos títulos por aqui. O ranking de hoje será um bom exemplo disso. Enquanto na semana passada tivemos um domínio intenso dos shoujos, nessa semana os shounens, mais especificamente os da Shueisha, dominaram tudo! Vamos ao ranking e aos comentários – como sempre, somente das 10 primeiras colocações.

*Os mangás em amarelo são os títulos comercializados no Brasil.

Bem, como já era espero nessa semana de lançamentos em massa da Shueisha com Shounen e Jump Square, Hunter x Hunter assume o topo com folga com seus quase 640 mil unidades vendidas. Isso prova que independente do tempo para, Hunter x Hunter continua sendo um sucesso e tanto, um dos títulos com maior vendagem na história da Shounen Jump. O mangá de volume 30 marca o início da sonolenta saga das eleições e também de Alluka. Talvez dentro de alguns meses já tenhamos essa edição sendo publicada por aqui pela JBC, só nos resta aguardar pois esses tipos de negociações realmente não conseguem ser feitos de uma hora para outra. E sobre a capa, apesar dos comentários negativos, eu estranhamente gostei da ilustração. Achei que combina muito com a situação.

Em segundo lugar, temos a menina dos olhos da Square, Ao no Exorcist. O mangá que conseguiu subir nas vendas de maneira extraordinária depois do anime em 2011, começa mais uma semana vendendo mais de 500 mil unidades logo de cara. Um feito fantástico e extremamente difícil para um mangá dessa publicação. A série chega em seu oitavo volume em mais uma de suas belas ilustrações na capa, e é mais um dos títulos que não deve demorar tanto assim para desembarcar no Brasil. Dizem até as más línguas que o título já estaria negociado por aqui. Vale lembrar que o acabamento gráfico desse mangá no original é incrível, com pôster e muitas outras novidades. Dificilmente teremos algo assim no Brasil, portanto vale a pena importar.

Em terceiro, temos o nosso conhecido D.Gray-Man, publicado por aqui pela editora Panini. A edição 23 larga bem com seus 300 mil exemplares na primeira semana, a média do mangá realmente. Para aqueles que não sabem (devem existir poucos, mas não custa falar) D.Gray-Man não é mais publicado na Shounen Jump, e sim na mensal Jump Square. Ele foi transferido na época por causa da saúde de Katsura Hoshino que não era das melhores. Agora, como bem levantou meu amigo Qwerty do Nahel Argama: Será que se D.Gray-Man ainda fosse semanal, ele seria um dos top 3 de vendas da revista? Quem sabe.

Na quarta colocação temos o mangá de comédia mais vendido da Jump, Gintama. Muitos acreditavam que Toriko ultrapassaria Gintama nessa semana, mas ainda não foi dessa vez. O título ainda assim está entre os 35 mais vendidos mangás da história da Shounen Jump, e os números das semanas de lançamento do mangá ajudam a provar isso. Mesmo com a ausência de seu anime na televisão, Gintama dificilmente é um título que perderia sua popularidade já que tem uma fanbase muito forte no Japão, principalmente pela forma como o mangá consegue trazer a tona assuntos políticos e sociais com uma crítica extremamente caricaturada nas páginas da obra. Uma pena que o mangá tenha sido cancelado nos Estados Unidos e que provavelmente nunca teremos ele por aqui.

A atual publicação considerada por muitos o “futuro” da Jump, chega na quinta colocação. Sim, estamos falando de Toriko, que com seu volume 19 chega provando que a cada edição que passa a quantidade de volumes vendidos na primeira semana é cada vez maior. Com quase 240 mil logo de cara, não me surpreenderei se o mangá aparecer novamente no top 10 da semana que vem como um dos mais vendidos. Assim como também não me surpreenderei se na próxima edição ele passar o dito cujo Gintama nessa tabela, assim como o fez com Reborn agora. Toriko tem se provado, de fato, uma das grandes sensações dos mangás da Shounen Jump, porém, acho que o mangá ainda não é um título que estoura mundialmente como seus primos Naruto, Bleach e até mesmo One Piece. Não sei se lança-lo no Brasil agora seria boa ideia.

Mais uma bela arte na capa da senhorita Akira Amano abre a sexta colocação do ranking do com Katekyou Hitman Reborn!, o mangá que por muito tempo foi um dos mais pedidos pelos brasileiros mas que nenhuma editora infelizmente se movimentou para isso (ou se movimentou e não conseguiu resultados positivos. Reborn vendendo na primeira semana aproximadamente 230 mil unidades me lembra como o mangá caiu nesse quesito se compararmos com a época em que existia seu anime sendo exibido na televisão japonesa. Ele foi um dos grandes propulsores do título e com o seu fim, a popularidade do mangá também parece ter diminuído de certa forma por lá. Lembrando que é mais um mangá que foi cancelado nos Estados Unidos.

Entrando no sétimo lugar, temos o mangá mais sortudo da Shounen Jump. Estamos falando de Nurarihyon no Mago, o título que constantemente está no Bottom 5 da revista semanal, mas que surpreendentemente consegue vender muito bem para um mangá que está nessa posição. Com seus quase 190 mil mangás vendidos nessa primeira semana, Mago consegue superar, por exemplo, Sket Dance – que tem boas posições no ranking e ainda tem um anime em exibição na televisão. O detalhe para esse mangá vai para as belas capas da série, que quando juntadas formam uma grande ilustração. Sempre um show de arte que merece alguns minutos de admiração.

Na oitava posição temos o dito cujo Sket Dance, um dos melhores mangás atuais da Jump, mas que ainda vende uma quantia razoável para um título que tem um anime em exibição há mais de um ano. São 140 mil unidades vendidas em seu 24º volume, uma quantia quase alcançada pelo nono lugar, por exemplo. Porém temos que levar alguns pontos em consideração nisso, como por exemplo o fato dele e de Gintama (e talvez Kuroko) serem os únicos mangás entre os 10 primeiros que não são considerados “Battle Shounen” como os medalhões de Weekly e Square. De qualquer modo, o mangá vai muito bem nos rankings, tem essas vendas estáveis e é um título que ainda deve durar um bom tempinho, para a alegria dos fãs.

No penúltimo comentário de hoje, temos essa capa lindíssima de Kuroko no Basket e seu volume 17! Linda! O mangá conseguiu uma venda boa essa semana, beirando os 140 mil. Agora com o lançamento de seu anime, aposto em uma boa alavancada nas vendas desse título, bem como o do próximo colocado. Era até pouco tempo atrás o único mangá de esporte dentro da Shounen Jump (agora ela conta com o de vôlei HQ!) e enfrentou muitos problemas até ser “aceito” pelos leitores, mesmo assim ainda vive com seus momentos de instabilidade: hora muito em cima, hora muito em baixo nas TOC’s. Como eu disse antes, é somente uma aposta que seu anime (que está muito bem produzido, por sinal) ajude o mangá a vender mais. Vamos esperar o próximo volume para ver os resultados.

Para fecharmos os comentários, temos o volume 15 de Medaka Box, mais um mangá que ganhou uma adaptação animada nessa temporada pelas mãos do estúdio Gainax. O mangá de Nisio Isin anda com altos e baixos na revista também, mas acredito que esse anime o ajude a vender muito mais a partir da próxima edição. Justamente agora que o mangá entrou em um novo arco, seria interessante ver um grande “power up” de vendas nesse título. Será que ele se tornará um hit com maior facilidade a partir de agora? Ou terá resultados pouco efetivos como em Beelzebub, por exemplo? Vamos aguardar um pouco mais para ver.

Encerramos aqui mais um post de comentários do ranking da Oricon, dominado pelas estreias dos mangás da Shounen Jump. Alguns comentários rápidos: Tivemos o lançamento de um novo mangá de Kinnikuman depois de tantos anos (e vendendo bem!), além de Moyashimon e 3-Gatsu no Lion e mantendo pela terceira semana consecutiva entre os 30 primeiros. Também vale comentar o lançamento do volume 5 de Next Dimension vendendo muito pouco, o que mostra que a série Saint Seiya não é lá dos medalhões favoritos da japonesaiada… Até a semana que vem!

por Dih

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.