Ranking Oricon de Vendas de Mangás: 16 a 22 de Fevereiro

Oricon Header 16-22

Nanatsu no Taizai lidera as vendas da semana no Japão!

Depois de uma semaninha de pausa para colocar a casa (a da vida real) em ordem, voltamos com o Ranking da Oricon no Chuva de Nanquim! E com uma semana cheia de lançamentos e títulos muito fortes que interessarão muitos por aqui.

Os mangás grifados em amarelo são os comercializados no Brasil. A fileira “Vendas Total” contabiliza a soma das semanas que o mangá já se encontra no ranking.

oricon 16-22 fevOs Sete Pecados Capitais começam com tudo no ranking dessa semana!

Nanatsu no Taizai 13O mais recente lançamento da JBC chega com tudo vendendo quase 500 mil unidades logo na primeira semana – se somarmos a edição normal com a limitada. E ainda trouxe consigo alguns volumes anteriores, um databook (Kaitai Sin-Sho) e o spinoff Nanatsu no Taizai Gakuen. A força que a franquia conseguiu deve ter dado muito ânimo para a Kodansha, que conseguiu emplacar dois grandes hits e dois anos seguidos (Shingeki no Kyojin e agora o próprio Nanatsu no Taizai). De quebra, o título de mangá mais vendido da Shounen Magazine foi tirado de Fairy Tail – que ficou bem para trás em relação a vendas, mas ainda possui uma relevância de mercado enorme.

Terra Formars aparece em segundo no ranking. Apesar das críticas em relação ao anime, ele deu sim um up nas vendas do mangá. Pra se ter uma ideia, no volume anterior foram 2 semanas para se chegar a marca de 350 mil unidades vendidas, tendo quase 90% desse valor em uma semana com o volume atual – e ainda arrastou um spinoff para o Top 50. Nem sempre a venda ou o sucesso de um anime representam seu benefício para determinada série. Tanto que não será estranho termos uma segunda temporada das baratas gigantes. Jojolion aparece fechando o Top 3 da revista. A oitava temporada (se é que podemos chamar assim) de JoJo também teve suas vendas afetadas positivamente depois do anime no ano retrasado. Ninguém sabe até que ponto durará a animação da franquia, mas por enquanto ela vai deixando um bom rastro.

Tsubasa World Chronicle 1O premiado Otoyomegatari aparece em quarto e Gekkan Shoujo Nozaki-kun em quinto – outro que se aproveitou do anime para vender mais de 150 mil unidades em menos de uma semana (ele tem uma edição limitada também). Tsubasa: WoRLD CHRoNiCLE aparece com seu primeiro volume e mostra que ainda tem muitos fãs com a série do CLAMP por aí. E enquanto um se apresenta, o outro se despede. Kenichi aparece com seu último volume na sexta colocação. Sem grandes destaques, mas um número muito bom para um título de mais de 60 volumes.

Em oitavo no top 10, podemos destacar Orange. No passado o mesmo causou grande tumulto ao ser cancelado de repente na revista Betsuma (a mesma de Aoharaido e Kimi ni Todoke) e depois de vários meses voltar a ser publicado na revista Manga Action, da Futabasha. A autora teve problemas com sua editora anterior e acabou se mudando completamente. E pra completar, recentemente o mangá de Takano Ichigo passou a ser denominado como seinen, ao invés de shoujo – já que sua nova revista é seinen.

Orange 4Mesmo com tantos problemas e obstáculos, Orange ocupa o oitavo lugar do ranking, vendendo muito bem para um mangá que só teve dois dias contabilizados, mostrando que a série possui muitos fãs mesmo tendo se transferido para uma editora menor e uma revista de menor expressão. E para os fãs que aguardam os capítulos do volume 5 (disponibilizados pelo Crunchyroll) os informo que, aparentemente, a autora está dando uma “pausa” nele para se dedicar ao seu outro projeto, ReCollection.

Arslan Senki, da autora de Fullmetal Alchemist com o autor de Legend of Galactic Heroes, e que ganhará um anime em abril, aparece já somando quase 300 mil unidades vendidas apenas com 3 volumes. É o tal do “o que essa mulher toca, vira ouro”. Nisekoi é outro título que vai extremamente bem e chega aos 300 mil nesse ranking. Bem como Yowamushi Pedal, que já passa das 200 mil unidades e vai muito bem dentro da sua proposta de vendas – ainda mais uma série com 38 volumes.

Pra fechar o post, não tem como não falar no volume final novamente. O danado vem vendendo extremamente bem, com quase 1 milhão e 200 mil cópias. Algo que supera, e muito, seus volumes anteriores, e lembra os tempos áureos da série na Shounen Jump – não que ela tenha fracassado no final, mas obviamente uma série com 72 volumes tem uma tendência diminuir um pouco as vendas com o tempo (não incluir One Piece aqui).

Naruto 72No último post estava rolando uma discussão nos comentários sobre a popularidade de Naruto em relação a Dragon Ball. E não, não dá pra comparar as grandezas das duas séries – bem como não podemos tirar o mérito de nenhuma das duas. Naruto é um mangá que com certeza marcou a geração atual e conquistou uma popularidade incrível no Ocidente – algo que One Piece não conseguiu com tanta facilidade, por exemplo. Diversos produtos licenciados, anime sendo exibido em trocentos lugares e ainda com o apoio de algo que se consolidou durante a sua publicação: a internet. Naruto é um sucesso indiscutível! Mas não, ele ainda não tem o cacife para se intitular maior ou mais importante que Dragon Ball. O mangá de Akira Toriyama é mais do que uma série qualquer, é um fenômeno no Japão que conduziu a cultura de um país em torno do mangá e basicamente moveu a Shounen Jump durante anos. Tanto que, ao fim de Dragon Ball, a Jump sofreu arduamente para recuperar as vendas que conseguiu na época – e nunca conseguiu repetir aquilo. Tirando que, o anime de Dragon Ball foi responsável por um sucesso estrondoso pelo mundo todo, sendo um dos maiores responsáveis pela difusão do mangá em todos os países. É um dos mangás que mais venderam na história, um dos animes que mais foi exibido no mundo, a marca da Jump que mais é licenciada até hoje e um influenciador de diversos artistas modernos – entre eles, o próprio Kishimoto em Naruto. Bem, seriam muitos argumentos a se falar, mas a intenção não é denigrir Naruto, afinal é um dos meus mangás que mais tenho carinho! É apenas separar a paixão ou o “achismo” por um título, da realidade. Naruto pode um dia se tornar um novo Dragon Ball? Quem sabe? Depois de tantos anos, Dragon Ball continua forte e sólido em seu sucesso. E é difícil termos algo que se compare a ele.

Naruto não se compara a Dragon Ball. Mesmo One Piece não se compara a Dragon Ball – talvez o tenha passado dentro do Japão, mas pelo mundo todo nem pensar. Não adianta usar um grupo pequeno, sua cidade, seu bairro, seus amigos como base. Quando um mangá é uma referência não só como história em quadrinhos, mas como cultura e história de um país, o jogo é bem diferente. Mas a fim de terminar a discussão: Amo os dois, sem medo de ser feliz.

Enfim, até a próxima semana!

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.