Review – The Seven Deadly Sins, de Nakaba Suzuki (Volume 1)

Review - Nanatsu HeaderOs sete pecados ou os sete salvadores?

No evento Henshin+ de 2015 a Editora JBC fez o lançamento da edição brasileira de Nanatsu no Taizai – The Seven Deadly Sins, título anunciado na Comic Con Experience em dezembro de 2014. O mangá começou a ser distribuído em bancas no último dia 26 de março em distribuição nacional.

O mangá de Nakaba Suzuki é publicado desde outubro de 2012 na Weekly Shonen Magazine, a mesma de Fairy Tail, e até o momento conta com13 volumes encadernados. A série também possui um anime, de 24 episódios, que encerra sua exibição em 29 de março. É um Shonen bem característico, com diversos elementos de ação, aventura, fantasia, super poderes e com doses de ecchi.

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A HISTÓRIA

Como toda boa aventura de fantasia com heróis de espadas, armaduras e clima medieval deve começar The Seven Deadly Sins começa em uma taverna, a taverna do Chapéu do Javali, de Meliodas, o protagonista da história. Uma taverna curiosa, que surge e desaparece das vilas, trazendo sempre boas bebidas das mais diversas vilas do Reino de Liones e uma péssima comida, que descartada pelos clientes servem de alimentos par Hawk, o porco-propaganda da taverna.

O reino é protegido pela força dos Paladinos, uma ordem de guerreiros sagrados dotados de uma força descomunal, que 10 anos atrás combateram a ameça dos Sete Pecados Capitais, uma ordem de cavaleiros que tentou tomar o poder, e que caçam o bando de criminosos durante todo este tempo.

A situação alegre da taverna muda ao receberem a visita de um cavaleiro em uma armadura enferrujada que espanta todos os clientes da taverna, que pensavam se tratar de um dos Sete Pecados, mas revelou ser uma garota em uma busca justamente atrás dos lendários Sete Pecados Capitais para que salvem o Reino dos Paladinos, que aprisionaram o Rei e tomaram o poder. Na verdade a garota é a princesa Elizabeth e chegar àquela taverna foi uma das melhores coisas que aconteceu à ela, já que sua busca pelos Sete Pecados a levou até Meliodas, um dos Sete Pecados.

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CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

Inicialmente a história de The Seven Deadly Sins começa bem descompromissada, com ares de comédia com uma pitada de aventura, o que lembrou bastante o início de Dragon Ball com algumas características de Fairy Tail, talvez pela aparência do protagonista e uma dose de ecchi que em algumas horas parece inocente em outras proposital, já utilizando de fanservice desde o começo, mas evolui rapidamente a trama com flashbacks que contam mais do passado do Reino, das motivações da Princesa e das atitudes de Meliodas.

Por traz de toda a atitude brincalhona do pivete Meliodas existem muitos questionamentos como “Porque em 10 anos ele não mudou nada?”, “Porque carregar uma espada quebrada?” e “Porque raios o porco fala?”, mas acima de todos eles estão os verdadeiros objetivos dos Paladinos tomarem o poder, perseguirem a família real e os sete cavaleiros que outrora eram a máxima força do Reino.

Os capítulos do primeiro volume trazem essa trama política e histórica do reino, misturando as aventuras de Meliodas, e suas sem-vergonhices, em sua taverna ambulante e na busca da Princesa Elizabeth, que passa a ser a garota-propaganda da taverna, por todo o reino, passando por vilas que sofrem com atitudes arbitrárias de Paladinos, a revelação de qual é a alcunha de Meliodas entre os Sete Pecados Capitais terminando no encontro com mais um dos Sete Pecados Capitais e enfrentando um Paladino.

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A trama parece bem simples, mas os segredos revelados no flashback do final do volume trazem a complexidade da trama, o que não deixa apenas Meliodas como protagonista, mas Elizabeth também é a protagonista da história, já que sem sua jornada em busca dos Sete Pecados Capitais o reino continuaria sofrendo nas mãos dos Paladinos.

Os personagens são carismáticos, é uma aventura que, da forma como é contada, precisa estar acompanhada daqueles personagens e até antes da metade do mangás você já se sente parte integrante daquele universo e a necessidade de ler mais.

A arte é bem rica e detalhada, com um estilo que destaca bem a obra, sendo ela feita exclusivamente pelo autor, como ele diz no prefácio exclusivo para a edição brasileira ele não trabalha com assistentes, sendo regado a muito café, disposição e talento.

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COMENTÁRIOS FINAIS

The Seven Deadly Sins é um mangá que, apesar de trazer características de outros grandes e conhecidos títulos, é muito original em sua proposta e sua chegada ao mercado só vem enriquecer a gama de títulos nas coleções dos leitores brasileiros, sejam eles acostumados à mangás, ou não. É uma obra indicada para apresentar àquelas pessoas que não conhecem o universo dos quadrinhos japoneses.

A edição da JBC está com uma qualidade muito boa, a tradução e a adaptação está bem acima do padrão de mercado, só algo que pareceu uma pequena gafe na revisão, já que não me pareceu ser da natureza do personagem falar “Capitulá-la”, talvez o verbo capturar ficasse melhor. A qualidade do material é a que tem sido o padrão da editora, capa em cartão com verso colorido, em uma qualidade muito boa de impressão e acabamento e miolo no papel Pisa Brite 52g com boa alvura, bem branquinho e gostoso de ler, mas que mesmo assim ainda possui transparência em algumas páginas.

É uma obra que preenche bem o espaço dos hiatos de obras longas da editora, como Fairy Tail que é publicado na mesma revista no Japão, mas que tem brilho próprio, pode e deve conquistar fãs, mantendo a qualidade de história e evolução dos personagens e da arte. Apesar de ser um título ainda em publicação é difícil de saber se irá encerrar em breve ou entrará para o hall de “mangás infinitos”.

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FICHA TÉCNICA

Nanatsu 1

Título: The Seven Deadly Sins (七つの大罪)
Autor: Nakaba Suzuki
Editora: JBC
Total de volumes: 13 (ainda em publicação)
Periodicidade: Mensal
Valor: R$ 12,90 (assinatura de 12 volumes com 10% de desconto)

Pontos Positivos

  • Personagens carismáticos e autênticos;
  • Trama que evolui rápido sem descaracterizar;
  • Boa tradução e adaptação.

Pontos Negativos

  • É um título que não pode prolongar-se por muito tempo;

Nota Volume 1: ★★★★★

Asevedo

Designer editorial e leitor de história em quadrinhos de diversos países. Assisto animes de forma esporádica. Sempre estou no Twitter.