Review – Gekkan Shoujo Nozaki-kun

nozakiheaderO melhor shoujo que não é shoujo.

Nunca me acostumei a acompanhar episódios semanalmente. Desde sempre pego cada série e viro uma noite ou um dia assistindo; assim é mais fácil de chegar a uma conclusão, já que as informações ainda estão frescas. Esse anime em especial queria assistir desde seu lançamento, mas acabei deixando de lado – o tempo não era favorável ou então apareciam coisas mais interessantes (má otaquinha, eu sei) – porém, felizmente, tomei vergonha para eliminar mais um item da (interminável) lista que tenho. Aproveite a minha primeira resenha de animes e tantas outras que ainda estão por vir!

Gekkan Shoujo Nozaki-kun (1)A HISTÓRIA

A estudante do ensino médio Sakura Chiyo tem uma queda por seu colega de escola Umetarou Nozaki, mas quando ela confessa seu amor, ele a confunde com uma fã e dá-lhe um simples autógrafo. Quando ela diz que sempre quer estar com ele, o jovem a convida para sua casa e pede a sua ajuda em alguns desenhos. Chiyo descobre que Nozaki é na verdade um renomado artista de shoujo mangá com um pseudônimo chamado Sakiko Yumeno. Ela então concorda em ser sua assistente, com a ideia de se aproximar dele. Eles começam a trabalhar em seu mangá “Koi Shiyo” (Vamos ter um romance), e no caminho se deparam com outros colegas de escola que os ajudam ou servem como inspiração para personagens das histórias. Das maneiras mais inusitadas possíveis.

CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

Gekkan Shoujo Nozaki-kun é originalmente um mangá seinen yon-koma (tirinhas) publicado desde 2011 na revista GanGan Online, da Square Enix. A série de Tsubaki Izumi – também responsável pelo shoujo Oresama Teacher (esse publicado na editora Hakusensha) – atualmente se encontra com 6 volumes e é atualmente um dos mangás mais bem sucedidos da editora nesse gênero. Em 2014 o mangá ganhou uma adaptação animada pelo estúdio Doga Kobo, com 12 episódios ao total, cobrindo cerca de 45 capítulos do mangá e deixando os fãs na expectativa de uma continuação, principalmente depois da boa recepção nas vendas de DVDs e Blu-Ray da série (o que surpreendeu muito, já que a staff da série não era considerada de alto nível pela maior parte dos espectadores.

Gekkan Shoujo Nozaki-kun (2)Antes de começar a assistir Nozaki-kun, um amigo havia me dito que o anime tinha personagens bem originais e que essa era uma das melhores características da história; personalidades sempre se repetem, há o “tsundere” ou o “megane” na maioria delas, então fiquei intrigada, talvez o suficiente para dar uma atenção maior nesse aspecto. Pude perceber que Gekkan Shoujo Nozaki-kun realmente apresenta seus personagens e quem assiste vê cada um de forma individual, o que faz X ou Y ser diferenciado um do outro. Quantas vezes não assistimos um anime com trocentos personagens, mas não conhecemos nem a metade do que são? O anime é muito bem trabalho nesse sentido, fazendo com que o resultado seja um carinho especial por cada indivíduo que compõe o mesmo.

Falando sobre os personagens, está na hora de apresentá-los. Umetarou Nozaki é o protagonista distraído, workaholic, que desenha para uma revista shoujo sem nunca ter se apaixonado – algo extremamente compreensível, já que internet a fora temos várias fanfics +18 sendo escritas por pessoas de 12 anos – e que também é o maior foco de humor nessa história hilária. Sakura Chiyo é o que, supostamente, poderia ser chamada de “heroína de shoujo”; delicada, que sempre está do lado de seu pretendente e que não existe mesmo quando esse nem parece dar bola – Sakura, você precisa arranjar logo seu macho secundário. Mikoshiba Mikoto é o “tsundere” da história, que apesar de ter uma aparência fria consegue ser muito fofo em alguns momentos, fazendo jus ao seu apelido de “Mikorin”; ele me lembra muito um cachorrinho, aqueles pequeninos que até tentam passar a imagem de pitbulls, mas que no fundo só querem petiscos e cafunés da barriga.

Gekkan Shoujo Nozaki-kun (7)Seo Yuzuki é umas das minhas preferidas, sempre fui cativada por essas personagens que tem uma personalidade mais bruta – não é a toa que gosto tanto da Chizu de Kimi ni Todoke – e acredito que elas realçam ainda mais o humor, sem contar que conseguem se destacar, já que geralmente as protagonistas são o oposto. Mesmo sendo mulher, Yuu Kashima é o “príncipe da escola” que tem uma lábia tão boa com garotas quanto aquele cara galinha que esteve na sua sala no ensino médio. Masayuki Hori seria o “pai orgulhoso” de Kashima, que está sempre correndo atrás da mesma, já que ela vive matando as aulas do clube de teatro apesar de ser a estrela de lá. Só para finalizar a descrição dos personagens: Mikorin best guy.

Gekkan Shoujo Nozaki-kun (3)O que torna a obra tão engraçada é o fato de o tempo todo estar ironizando mangás shoujos, mas sem deixar que chegue a um nível ofensivo. Acredito que quem gosta da demografia deve ter se identificado muito em alguns momentos, principalmente em relação aos clichês usados; particularmente, assistia o anime pensando em coisas como “nossa, é bem assim que acontece” ou “isso só dá certo em mangá mesmo”. Um dos pontos altos de Nozaki-kun é exatamente esse, conseguir agradar públicos diferentes sem precisar mudar o foco do enredo.

Procurar um defeito na série não foi algo fácil e admito que o que vou escrever pode ser levado tanto como um aspecto positivo quanto negativo. Nozaki-kun é um mangaká extremamente workaholic que desde o começo apenas procurou por pessoas e até mesmo por momentos que seriam convenientes para o seu trabalho. Isso faz parte do quesito comédia, porém é como se ele vivesse a base de sua carreira profissional, fazendo com o que o mesmo se torne indiferente e adquirindo um papel de “insensível” apesar dessa não ser a verdadeira intenção. Então sim, vejo isso como um defeito, talvez até uma consequência da forma como sua personalidade foi moldada.

Gekkan Shoujo Nozaki-kun (4)COMENTÁRIOS FINAIS

Gekkan Shoujo Nozaki-kun é incrível. Ouso a dizer que é um dos melhores no quesito comédia, principalmente por se manter firme do começo ao fim em seu foco principal; um anime que realmente cumpriu o seu papel e que não deixou o braço a torcer mesmo quando estava “previsto” por um final clichê. Personagens cativantes, episódios que tiram risadas e tudo isso sem apelar para fórmulas já decoradas ou o tal do fanservice – falo de fanservice no geral e não apenas em garotas bonitinhas mostrando as calcinhas por aí. Meu conceito com o conjunto foi bem positivo, mas a pergunta que fica é: segunda temporada, when?

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