Black Clover #01: A busca por um bom e velho anime battle shounen

Mais uma obra da Shounen Jump.

Estava escrito nas estrelas: depois de Boku no Hero Academia, a Jump tentaria emplacar o outro battle shounen de sucesso da revista atualmente: Black Clover. Vindo das mãos de um promissor artista – que teve em sua primeira obra o péssimo e mal-aproveitado Hungry Joker, o mangá acabou conseguindo algo na mesma velocidade que os fãs: haters. Mas isso faz parte. Não impediu da série ganhar seu espaço na revista, conseguir desbancar outros mais velhos de casa e ser apontado como o “novo Naruto”, como tentam fazer com qualquer novo mangá do gênero que surja. Estando mais para um “novo Fairy Tail”, o anime estreou com muitos comentários mundo afora. Confira agora as nossas opiniões sobre a série que pode ser um novo hit da Shueisha.


IMPRESSÕES DO EPISÓDIO

Sinceramente, devo confessar que fiquei surpresa com a animação de Black Clover. Considero o começo da história original bem… chata. E sei que não sou a única – aliás, diria que dos mangás atuais da Jump, ele é o que tem haters aparentes por causa da introdução da trama -, afinal de contas, há inúmeras características que gritam “isso é genérico!”. Talvez por já ter passado por essa fase inicial não tenha sentido tanto, mas o primeiro episódio foi extremamente divertido.

Sei que é normal os estúdios e a produção em si capricharem mais no episódio inicial – a primeira impressão é a que fica, não é mesmo? – porém há uma série de peculiaridades que devem ser enaltecidas. Por exemplo, há um momento no anime em que os personagens estão no meio da batalha, mas o Asta já se deu por vencido; então, enquanto está com a cabeça abaixada, Yuno começa a animá-lo. Em seguida, após ouvir as palavras certas, o protagonista levanta a cabeça e, nessa transição, colocam um efeito sonoro que acompanhe o gesto do personagem. Ah, meus amigos! Que cena! Isso parece idiota de tão sutil que é, porém os vinte minutos são recheados de sutilidades empolgam quem assiste. Assim como um ótimo mangá pode acabar sendo comprometido por uma péssima animação, o contrário também é verídico; o enredo de Black Clover bebe do clichê, mas a trilha sonora, a pausa dramática antes de uma piada e mesmo os flashbacks conseguem ser certeiros na hora H.

Algo que não dá para ignorar é a “forte presença” do dublador do Asta, Gakuto Kajiwara. Sim, ele é um novato. É o primeiro papel significativo de Gakuto – seu currículo como seiyuu apenas inclui o papel de colega de classe em Eromanga Sensei e um transeunte na ONA de Monster Strike the Animation -, o que faz com que, além de ser sim uma dorzinha para os ouvidos, também crie uma diferença considerável se compararmos com outros do elenco. Infelizmente, é o maior defeito do anime de longe (mas longe de merecer todo o barulho que estão fazendo por isso). Alguns dizem que, apesar dos pesares, combina com a personalidade do protagonista. Respeito da mesma forma. Mas minha dica? Não assista com fones de ouvido e, se assistir, deixe em um volume baixo ou vai conseguir escutar algo parecido com um dublador com catarro na garganta. Vai uma balinha de Halls preto aí, Gakuto?

Sei que muitos começarão a acompanhar Black Clover principalmente por causa do anime e, pensando nisso, sinto que deveria dar alguns avisos. Até aqui gostei da animação, ela tirou um gosto amargo que o mangá tinha me dado, mas nunca se sabe como será daqui para frente. Com uma adaptação impecável ou não, ainda assim, o começo é clichê, mas melhora. E muito. Para se ter uma noção, os capítulos atuais no original conseguem até mesmo atingir o top 3 da revista na TOC (o sistema de ranking semanal da Shounen Jump, baseado em votações de popularidade dos leitores), sendo que, até o fechamento deste texto, o mangá havia ficado na frente de Boku no Hero Academia em 4 das últimas 5 edições em que ambos aparecem. Algo que mostra um pouco mais desse “Naruto x Bleach” dos novos tempos.

Com relação a adaptação, já é confirmado que a primeira temporada terá 13 episódios no total. Ele está sendo produzido pelo Pierrot, que conta com mais um anime nessa temporada, Dynamic Chord. Aposto que adaptarão entre 3 a 4 volumes do mangá; é completamente achismo, mas, por exemplo, a primeira temporada de Boku no Hero Academia cobriu apenas 3 volumes, o que deu margem para uma terceira temporada – programada para o ano que vem – mesmo com 15 volumes. Black Clover atualmente conta com 13 edições e, caso a Shueisha realmente queira fazer dele seu “novo Naruto” como disse recentemente em uma entrevista, então terá de poupar material.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Talvez isso seja algo meu, porém não senti o episódio passando de uma forma arrastada. Quando li o mangá, há mais de um ano atrás, não conseguia pensar em outra coisa se não no fato de já ter visto a mesma base de história para outros inúmeros mangás. Resumindo, ele não me parecia interessante. Mas dessa vez, vendo o anime, é como se não tivesse tido tempo para parar e comparar com outras trocentas mil coisas que assisti; durante todo o momento, eu estava entretida. Inclusive, se passou pela mesma coisa – ou não – comenta aí!

Realmente fiquei curiosa para saber se foi só impressão minha ou isso aconteceu com outras pessoas também. No mais, estou ansiosa para o próximo episódio. O anime logo de cara conseguiu me conquistar como a série original não fez e, para melhorar, ainda acrescentaram aquela ceninha no final em que faz o telespectador pensar: “ok, eu preciso assistir o próximo”.

ChuNan News

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