Hall da fama #05: O cientista louco Okabe Rintarou

EL PSY CONGROO! Hall da fama 05 com o grande cientista louco do ano, Okabe Rintarou! Prontos?

Para começar, uma palavrinha aos leitores. Imagino que deu para notar uma certa mudança de escrita entre os textos do Hall da Fama 03 e 04. Pessoalmente não me sinto insatisfeita com nenhum deles (é claro que sempre há o que melhorar), mas sinto que ainda estou ajustando meu estilo de escrita. Em todo caso, peço que avisem quando notarem alguma mudança muito brusca. Obrigada!

Ah sim, me desculpem pelo pequeno atraso… Não deve se repetir, já que logo estarei de férias. =D Bem, agora, podemos começar.

(Spoilers de Steins;Gate neste post; restritos ao anime, sem conteúdo específico da Visual Novel.)

Enfim, falando um pouquinho do ano de 2011 que já está para acabar; pessoalmente, fiquei muito satisfeita com boa parte do que assisti. O engraçado é que a maior parte das séries que curti foram as mais inesperadas (Tiger & Bunny e Madoka, por exemplo) enquanto várias das minhas apostas falharam miseravelmente no meu gosto (Blood-C, [C]). Maaas, teve uma aposta em que, bem em seu começo, eu colocava certa fé (embora de uma forma meio cega) e acabou dando certo mesmo: Steins;Gate. A série cheia de viagens no tempo, referências científicas e uns bons elementos otaku não foi exatamente o que eu esperava, mas teve um desenvolvimento coerente e é uma série que recomendo fortemente. E aqui temos outra série que dependeu muito de seu protagonista para ter um bom impacto, e Okabe Rintarou teve personalidade o suficiente para cativar o público.

Okabe Rintarou – que também se intitula Hououin Kyouma e é apelidado carinhosamente pela amiga de infãncia Mayuri como Okarin – é o tipo de personagem que a princípio parece cheio de fanfarronice mas não consegue cumprir nada grandioso – afinal aquele laboratório de Gadgets do Futuro poderia ser simplesmente definido como “paradão” – ; age como se fosse um grande gênio perseguido por grupos malignos visando a dominação mundial. Até que, do nada, uma grande descoberta: uma das bugigangas do laboratório, um microondas, ao sincronizar-se com um celular consegue enviar mensagens de texto ao passado. Enfim, motivos concretos para ser considerado um gênio alvo de perseguições?

A verdade é que, no começo da série, algumas ideias passaram pela minha cabeça: de que toda essa perseguição seria fruto de pura paranoia do Okabe, ou que de alguma forma ele estivesse lutando com uma possível “versão própria” do futuro. É, eu sei que sou ruim para teorizar… Mas pelo clima de suspense que a série criou em seu primeiro episódio, algo mais tenso e dramático era o que eu esperava. Só que a série prosseguiu em um ritmo mais morno e encontrou alguns momentos de forte impacto.

Na primeira metade do anime, Okabe é apresentado justamente com a atitude de expressar-se como um verdadeiro cientista louco, conversando sozinho ao celular, usando expressões malucas para causar impacto, falando de forma exagerada e discutindo muito com a jovem cientista Makise Kurisu – seu par romântico inegável; é possivel ainda notar uma certa gentileza em seus atos em relação às outras pessoas, mas isso fica um pouco mascarado pela fachada de extravagante. Mas a principal questão é que pouco a pouco, conforme os mistérios acerca da SERN e das mensagens enviadas ao passado vão se mostrando perigosos, dá para notar sua fachada de confiança e controle sendo perturbada. E agora vem o melhor, o episódio 12.

Sim, aquele fatídico episódio 12, quando a série vira de ponta-cabeça com a morte da Mayuri pela Kiryu Moeka, revelada agente da SERN. A partir daí, pode-se notar um desenvolvimento do Okabe que é bem interessante; não excepcional, mas ainda assim suficiente para prender a atenção.

Com a morte da Mayuri, Okabe finalmente descobre os reais perigos de toda a sua pesquisa, e não conseguir salvá-la por sucessivas vezes vai guiando-o a um certo desespero; porém, acho que a série peca um pouco justamente para não expressar mais intensamente esse desespero. Afinal, ele falhou diversas e diversas vezes em salvar a amiga de infância da morte. Há outro ponto que é digno de nota, que é o flashback aprofundando a relação dos dois e demonstrando a motivação dele em agir como um cientista louco; no final das contas, é algo que ele encena para a proteção do fragilizado psicológico de Mayuri e uma forma de transmitir confiança a ela, e acabou tornando-se um hábito de comportamento.

E não nos esqueçamos do par romântico que é importantíssima na série: Makise Kurisu. Diria que ela foi a tsundere mais simpática do ano, e sua relação cheia de discussões com nosso querido Okarin só poderia ter dado em ótimos alívios cômicos e num romance que mostrou força e muita alegria para os shippers no final da série. E a reviravolta no episódio 22 que colocou Okabe entre a cruz e a espada, tendo que escolher por Mayuri e deixar Kurisu morrer esfaqueada, como no começo da série, fechando o ciclo de acontecimentos? Este foi o momento em que a perturbação do cientista teve mais impacto. E quando ele descobre que tem uma chance de salvar Kurisu, e para isso volta ao momento fatídico da morte da jovem gênia com um plano cheio de sua extravagância de cientista louco de volta? O final de Steins;Gate pode ter sido previsível e não tão impactante quanto o episódio 22, mas foi agradável ver aquela “antiga” personalidade do protagonista a toda.

Por fim, Okabe Rintarou é um dos protagonistas mais marcantes do ano, cheio de um temperamento que não se vê em personagens de muitos animes. Poderia ter sido desenvolvido melhor? Um pouco. Mas ainda assim, é a presença dele que faz de Steins;Gate uma experiência em sci-fi fácil de simpatizar e, no geral, muito proveitosa – apesar de alternar entre “altos e baixos” de empolgação.

E é mais uma semana de Hall da Fama. Espero que tenham gostado, em todo caso sintam-se livres para dizer o que acharam. E até a próxima!

por Mary

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