Chega às bancas mais um mangá do CLAMP com o selo de qualidade JBC. Ou não.
Com o término de Tsubasa e xxxHolic, era óbvio que a JBC iria nos trazer algum mangá do CLAMP para as bancas. Apesar da maioria dos fãs do grupo de mangakás preferirem algo mais antigo delas, como RG Veda, a JBC nos trouxe Kobato., o mangá finalizado mais recente delas.
Kobato. foi serializado inicialmente na revista mensal Sunday Gene-X, da Editora Shogakukan, a partir de janeiro de 2005. Depois de um período de hiato, o título foi reiniciado na revista mensal especializada em mangás e animes Newtype, em novembro de 2007, pela Editora Kadokawa Shoten. A história chegou à sua conclusão no Japão, totalizando 6 volumes. Em outubro de 2009, a popularidade de Kobato. fez o mangá ganhar uma versão animada produzida pelo estúdio MadHouse, que foi ao ar na TV japonesa, totalizando 24 episódios.
A História
Kobato Hanato é uma graciosa e misteriosa menina que está empenhada na missão de encher uma garrafinha de vidro com corações feridos (na forma de balinhas coloridas) para conquistar o direito de ir para “um lugar onde ela deseja ir”. Entretanto, ela não deve se apaixonar por qualquer pessoa de quem tenha coletado as feridas do coração. Angelical e atrapalhada, Kobato contará com a supervisão de Ioryogi – assim chamado por ela, que não consegue pronunciar ‘Iorogi’ – para cumprir seu trabalho, um cachorrinho de pelúcia azul que apesar de bonitinho não tem papas na língua, adora bebidas e, literalmente, solta fogo pelas ventas, que avalia de perto cada uma das tarefas executadas por ela.
Na jornada para realizar seu desejo, Kobato vai conhecendo muitas pessoas… Isso, todavia, pode fazer o desejo dela mudar. Mas se Kobato não for para o lugar que ela queria ir, Iorogi terá ainda mais problemas. Pessoas com problemas, aliás, é o que não falta no caminho de Kobato. Ela decide ajudar Sayaka Okiura e Kiyokazu Fujimoto a salvar a Creche Yomogi, que sofre constantes ameaças da Yakuza. Para isso, ela – além de trabalhar na Creche – trabalha na Confeitaria em Estilo Europeu “Chiroru”, causando o desespero de Iorogi.
Além de tudo isso, Kobato ainda tem que esconder um segredo, motivo pelo qual ela nunca tira seu chapéu… Qual será o segredo de Kobato? Para onde ela quer ir? Qual desejo o coração dela irá escolher no final? Ela é uma humana, um espírito ou outra coisa? De onde ela veio, afinal?
Considerações Técnicas
Devo confessar que eu estava com medo da tradução que a JBC faria em Kobato. O que posso fazer se Fairy Tail e Tenjho Tenge estão aí para mostrar o pecado de algumas “adaptações”? A tradução da Rica Sakata me surpreendeu. Muito bem feita, e não senti falta alguma dos honoríficos, algo que eu gosto muito. Não teve nenhum erro de português, pelo que eu vi. Só faltavam algumas vírgulas, mas pode ser paranóia minha, já que coloco elas até onde não devo. Estou falando sobre esses errinhos pois aconteceu isso em Bakuman #1. Colocaram um “mais” no lugar de “mas” (Página 162). Em casos de livros/mangás/revistas, isso é muito sério. A adaptação ficou super natural, adorei o “Bobato”. Nada de gírias ou frases estranhas. Nesse quesito, ótimo trabalho, JBC!
Agora falando sobre a qualidade física… O formato é o padrão da JBC, 13,5cm x 20,5cm e sem páginas coloridas. Sim, o original de Kobato. tem páginas coloridas, e são belíssimas. Eu tinha esperanças da JBC mantê-las, mas fui decepcionada mais uma vez. Como o Dih disse sobre Bakuman #2, a folha está mais fina ou é impressão minha? Bem fininha mesmo, consigo ver o verso dela sem esforço. Comparado ao original, achei que a JBC pecou muito, mas fazer o quê? Apenas espero que façam um bom trabalho com CCS.
Outro ponto a comentar é: Trimestral? Pois é. Irá demorar 2 anos para completarmos Kobato., com apenas 6 volumes. Não que eu esteja reclamando disso. Acho que já passou da hora das editoras perceberem que trimestral é a melhor periodicidade, assim podemos acompanhar mais mangás ao mesmo tempo. Mas onde quero chegar é: Next Dimension com apenas 3 volumes, ainda em andamento, é mensal, e Kobato. com 6 volumes completos é trimestral? Hãn?
Caso alguém queira ver mais fotos comparando a edição da JBC com o original, é só clicar na imagem acima para vê-las no Dimichan.
Opinião Geral
Sou muito suspeita para falar de CLAMP. Elas são as minhas autoras favoritas, com o melhor traço e melhores histórias. É claro, algumas vezes elas encerram seus mangás de um jeito que nos deixam revoltados, ou até mesmo colocam algum de seus títulos em um hiato eterno, mas não consigo deixar de admirá-las. Kobato. foi o mangá finalizado mais recente delas e, entre ele e Tsubasa, o final de Kobato. foi o melhor. Lembrando que xxxHolic não chegou ao seu final. De acordo com o site oficial do CLAMP, o mangá encontra-se em hiato indefinido.
Kobato. tem tudo que eu mais gosto no CLAMP: romance e fantasia. Gosto de todos os mangás delas, mas os desse gênero são os meus favoritos. O mangá pode começar bem devagar, mas nunca perdendo sua graça. Com o tempo, os personagens vão sendo aprofundados e a trama de Kobato. começa a ficar um pouco tensa, deixando aquele clima de “tudo lindo” dos primeiros volumes de lado. Um dos melhores pontos de Kobato. são as emoções. Elas aparecem na hora certa e nada é forçado, deixando tudo bem realista, que chega até a comover e nos prendendo cada vez mais.
O traço de Kobato. está maravilhoso, detalhado, bem shoujo. Claro, desenhado pela Mokona. Nanase Ohkawa é responsável pela história, Mokona pelos personagens principais e cenários, e Tsubaki Nekoi pelas criaturas e outros personagens. Kobato. também conta aparições de alguns crossovers dos mangás Wish, Chobits, Angelic Layer, xxxHolic, Suki. Dakara Suki, Guerreiras Mágicas de Rayearth, Gouhou Drug e Card Captor Sakura.
Kobato. é um mangá que deve estar na prateleira de qualquer fã do CLAMP e amantes de shoujo. Mesmo eu já tendo os volumes originais, não me arrependi de ter comprado a edição da JBC. Assim terei a oportunidade de contribuir para mais shoujos e CLAMP no Brasil.
por Ariela