Primeiras Impressões – Area no Kishi e o futebol arte do japão

Abrindo a temporada de chutes sobre como vai ser a história (Chutes, hã, hã, entenderam?)

Abrindo meu primeiras impressões no ChuNan, com um dos meus gêneros preferidos e com o meu esporte favorito: Futebol! O problema é que pelo fato de eu conhecer (quase viver) muito sobre o assunto, me faz ter um grande incomodo com os animes desse tema, como Super Campeões ou o péssimo Super Onze, principalmente por eu não ser o público alvo desse segundo. Futebol não tem saltos incríveis que fazem você dar uma bicicleta e cair de pé, e muito menos chutes que transformam a bola em um dragão de energia. Os animes fazem esse “esquema” de deixar tudo fantasioso demais para dar emoção e só. Eu sei que as coisas que acontecem em Slam Dunk ou Major não existem na vida real, mas talvez pelo fato de eu não entender quase nada do esporte me faça aproveitar mais o fator diversão.

Na temporada atual temos um novo anime de esporte e de futebol. Eu estava torcendo para ser algo mais puxado para realidade como o excelente Giant Killing (que eu comentei no Eu Recomendo Seinen) ou ser apenas um time para confrontar os Brancos do Oliver Tsubasa. Qual das alternativas acima é a verdadeira?

A história

Area no Kishi conta a história de Aizawa Kakeru, um garoto apaixonado por futebol e que tem como sonho ser o treinador do seu irmão, Aizawa Suguru, um dos mais promissores meias de todo o Japão e capitão do time de futebol do colégio Kamakura. Kakeru é surpreendido com a volta da sua amiga de infância, Mishima Nana. Os três participavam de um time de futebol quando ela teve que se mudar para o exterior.

Ela resolver ser uma ajudante do time como Kakeru, apesar de não entender como alguém tão apaixonado pelo esporte resolve desistir tão facilmente, coisa que seu irmão Suguru também não aprova e classifica apenas como covardia. No final descobrimos que algo aconteceu no passado do garoto e que atravessar esse trauma não vai ser nada fácil. Mesmo assim, Suguro parece não estar conformado com isso e deve fazer algo a respeito, mas…

Considerações Técnicas

O anime começa com um jogo Sub-15 entre as seleções do Brasil e Japão. E a partir daí já dá pra ver que realmente a nossa seleção não tá com a moral de antigamente, já que acabamos empatando com o time adversário. E detalhe: esse até pode ser um momento importante para entender como vão ser os jogos daqui pra frente. Só com esse pouquinho já dá pra saber que a bola nos jogos vai ser em CG, que não vai ter chutes pegando fogo, mas ainda assim vai ter aquelas forçadas de barra com 3 jogadores indo marcar um só e deixando o meio de campo aberto. É quase um Speed Racer. Só que ao invés de carros, sempre brotam jogadores extras do nada.

O personagem principal no início parecia ser o jogador Aizawa Suguru, mas na verdade era o seu irmão, Aizawa Kakeru, que parece uma menina torcendo (sério, eu achei que era uma garota no começo). Kakeru é um personagem que não me passou uma força para ser o protagonista da história e eu preciso me importar um pouco com algum personagem para realmente gostar de algo. O irmão é aquele tipo que finge ser um babaca, mas no fundo se preocupa com o garoto e que ainda joga no colégio apesar de estar na seleção (não me pergunte o porquê, deve ser diferente lá no Japão). Por fim, temos o interesse amoroso/amiga de infância do garoto que joga futebol tão bem quanto o Neymar (meio obvio que ela é a mascarada) e basicamente é como todo personagem do tipo dela – se apaixona por um, amiga do outro, no final acaba sem nenhum dos dois. Pelo menos nesse primeiro episódio.

A animação, apesar de se mostrar fraca em determinados pontos (como o visual dos personagens parecer inconstante, com falta de proporção de corpos incrivelmente bizarras) demonstra até ser competente. No jogo do começo não teve aquela cena de correria onde o campo parece ter 10 quilômetros e os zagueiros intermináveis. A única coisa que me incomodou foi a bola em CG fora do jogo. Eu sou realmente contra o CG em qualquer tipo de anime, parece que eles não sabem fazer direito (culpa também da falta de dinheiro) e a interação entre os personagens em 2D com esse efeito costuma não dar muito certo. Basta ver a cena de aquecimento lá no finalzinho.

O episódio não demorou para passar, e como tradição todo inicio de anime de esporte é nesse estilo. As coisas começarão a se mostrar na primeira partida “pra valer” que deve acontecer no segundo episódio, e é nela que vamos realmente ver se vale a pena continuar assistindo ou não. O Dih já me avisou que a história melhora depois e que um fator vai ser determinante para isso. Por esse motivo, espero que a adaptação seja boa e que eu continue a assistir por um bom tempo – mesmo duvidando disso.

Comentários Gerais

Aprendi com a temporada passada que é melhor não afirmar nada antes da hora: C³ virou outro tipo de anime no segundo episódio (não quer dizer que ficou bom na minha opinião, ainda acho ruim) e o Guilty Crown foi puro fanservice, apenas uma promessa (apesar que eu acertei que o anime poderia dar muito certo ou muito errado). Area no Kishi teve um episódio que me motivou a continuar assistindo, com uma promessa que melhore. Só espero que não fique viajado demais e com personagens que jogam mais que o Neymar e Messi.

O mangá de Area no Kishi é publicado na Shonen Magazine e conta com uma boa quantidade de volumes encadernados, ainda estando em andamento. O fato de ter sido um projeto pego pelo mesmo estúdio de Doraemon (sim, esse mesmo que você está pensando) está levando a cogitar que o anime possa ser mais um “shounen infinito”, uma vez que fillers são tecnicamente fáceis de serem acrescidos ali. Além disso, juntemos o fato de que a Kodansha parece querer investir nesse seguimento depois da boa receptividade de Fairy Tail. Veremos no que vai dar. O primeiro episódio apresentou uma trilha sonora genérica, uma abertura bem comum e um encerramento “bonitinho”. Realmente nada empolgante nesse sentido.

Abrindo a temporada de apostas com o meu chute: ainda não vai ser tão bom quanto o anime Giant Killing e eu devo parar de acompanhar na metade  – sim, estou contando que o primeiro jogo pra valer não vai me deixar animado. Mas mesmo assim eu recomendo para quem gosta de animes de esporte e somente para eles, já que o foco deve ser apenas o esporte apesar de ter pitadas de vida escolar e um romancezinho.

por Luk

Luk

Eu juro que gosto de animes, apesar de todo o meu haterismo.