Comentando – Kimi ni Todoke: como foi o final de um dos shoujos mais famosos da história?

O fim.

Para quem me acompanha há algum tempo, sabe que minha relação de amor e ódio com Kimi ni Todoke não é de hoje. Eu sou fã e até uma “pseudo hater” ao mesmo tempo. Kimi ni Todoke neste ano completou 11 aninhos de publicação – olha só, o equivalente a uma criança que acaba de entrar no ensino fundamental – e acompanho a série, com muito esforço e perseverança, desde 2011, quando a editora Panini o lançou por aqui. Digamos que o mangá consumiu, apenas, 6 aninhos da minha vida – e boatos de que não perdi só dinheiro, espaço na estante ou paciência, mas a juventude também.

É claro, não podia deixar passar o tão, mas tão, esperado final! Kami ouviu as preces dos fãs, mandou para a chefia da Shueisha e lá ordenou: “rapaz, não dá mais”. Meus amigos, se até o shoujo mais lerdo deste mundo tem solução, tudo na vida tem! Torce aí para um namoradinho ou namoradinha em 2018 que, depois dessa, estou acreditando em tudo, inclusive comprando bilhete de loteria para ficar ryka. Sem mais delongas, comentarei aqui o desfecho desse mangá para quem congelou no anime e ainda acredita que vai ter continuação.


ATENÇÃO: O site se chama Chuva de Nanquim e esse post é uma Chuva de Spoilers! A partir daqui é por conta e risco.

Você, meu amigo ou amiga, que as vezes parava seu dia para se perguntar “como é que a feijoada de Kimi ni Todoke vai acabar?”, mas tinha preguiça de ler, ver spoiler no Reddit ou ver gente surtando por xojo xato no Twitter @Miyukichn, encontrou a solução! Não vou comentar apenas o último capítulo, mas também sobre o final para cada personagem significante – ou seja, eu não vou falar do dispensável Souichi Jounouchi.

O que acontece com Kurumi, a Chizuru e a Ayane? Pois bem, depois de muitas armações, chororô e de ser a megera da história, Kurumizawa dá o exemplo para todas as rivais de mangá shoujo deste mundo: ela esquece o Kazehaya, vira mais que amigas, friends, da Sawako e ainda passa na faculdade concorridíssima! Sinceramente, ela é o maior exemplo de desenvolvimento que há nessa história; nos últimos capítulos, além de se desculpar com a Sawako e suas amigas, ela ainda fala que quer passar na faculdade para mostrar do que é realmente capaz e de seu valor. Pisa menos. A Chizuru é a única que decide não ir para a faculdade como os outros – ela escolhe ser a mulher do cara do lamén… sim, passa a trabalhar para a loja do pai do Ryuu e fica por lá mesmo. Os dois são o primeiro casal a se desenvolver na série, mesmo com o Ryuu indo para uma faculdade distante e, já que não tenho que me conter nos spoilers, eu vou falar mesmo: em uma das últimas cenas dos dois, o best guy declara pra Chizu um “nós vamos nos casar depois que eu me formar”. Surtei? Imagina, eu só shippo esse casal desde o primeiro volume! E a Ayane? Em algum momento do plot ela se apaixonada pelo Pin – sim, aquele professor inconveniente empacador de momentos lovey dovey da Sawako e do Kazehaya – e, após passar no vestibular para uma universidade em Tóquio, se declara para ele. Ai meu kokoro, isso foi bem na reta final da série então estava MESMO esperando por essa cena – acreditem, o que vem depois disso é bem “okay” -, mas o Pin, o solteiro, rude, e estranho Pin, dá um fora nela! Ele diz um “você está 10 anos atrasada” e fim. Como se já não fosse feijoada o suficiente, a autora dá a entender que, talvez, a Ayane realmente espere dez anos por ele! Menina, arranja um outro homem, pelo amor de Deus!

Mas, afinal, o que acontece com o Ryuu e o próprio Pin? O primeiro, como disse anteriormente, passa em uma faculdade fora da cidade e se muda para lá, mesmo namorando com a Chizu; essa reta final da série não teve tanto foco nos dois, para falar a verdade, o maior destaque foi para Ayane e Pin. Falando nele, o professor continua no mesmo lugar, exercendo a mesma função e seguindo em frente depois de rejeitar a Yano. Sendo sincera, já esperava esse tipo de reação dele, mas, deixar em aberto a possibilidade dos dois terem algo no futuro me incomodou, como se a autora dissesse “escolham o que vocês acharem melhor”.

E o Kazehaya e a Sawako? Ele finalmente encerra os problemas que tinha com o pai, além de pedir permissão para ir a uma faculdade em outra cidade e morar por lá; como era de se esperar, passa na universidade e cria essa “independência” da família. A Sawako resolve um de seus conflitos e, ao invés de prestar para uma faculdade perto de casa e com todo o conforto, decide ir para a mesma instituição que Kurumi. BÔNUS: ao que dar a entender – de novo a autora só “jogando no ar” – os dois passam uma noite juntos no apartamento de Kazehaya. Além disso, no último capítulo – exatamente no último, não no arco final – Kazehaya e Sawako, finalmente, se chamam pelo primeiro nome um do outro e falam que se amam. As últimas páginas do último capítulo mostram os pensamentos da Sawako sobre como ela conseguiu “alcançar” o Kazehaya. Fim.

 

O que penso disso tudo? Falando bem sério, o final não foi ruim, porém era mais que esperado que isso fosse acontecer. Até parece que a autora, depois de 11 anos, acabaria com o casal principal. O grande problema de Kimi ni Todoke, ao meu ver, sempre foi a falta de comunicação do casal principal, tanto que a grande briga – e meu maior ataque de raiva no mangá – foi quando o Kazehaya simplesmente não ouvia as decisões sobre faculdade que a Sawako tinha escolhido. Mesmo no final, fiquei me perguntando se eles não deveriam ter tido mais diálogos, se só conversinhas bobas bastavam.

Outra coisa que me incomodou foi o fato da autora deixar várias cenas importantes para o leitor “dar o veredito final”. Entendo que a popularidade de Kimi ni Todoke caiu no Japão devido as escolhas trágicas da mangaká, mas acredito que ela poderia ter sido mais firme em algumas decisões. É importante enfatizar: não foi ruim, se fosse qualquer outro mangá shoujo bastaria, porém se foram 11 anos de série só para isso…?

E uma última coisa: tenho quase total convicção de que, assim como a Shiina enrolou esse tempo todo por causa da Shueisha, ela também apressou esse final por causa da mesma. Recentemente, o mais novo título da autora de Ookami Shoujo to Kuro Ouji teve seu término anunciado, mas com apenas cinco volumes no total; entenda, isso não era algo costumeiro da Betsuma – a revista que publica a série. Acredito que estão mudando as diretrizes lá dentro e que vão tentar aplicar o padrão Shounen Jump de “o que não vender vai ser cancelado”, só que de forma mais branda.

Confesso que estava esperando um final meio novela da Globo. A vilã sendo presa – ou atormentada por otakus, vai saber -, casais felizes com crianças e… muito casamento! Apesar dos pesares, estou feliz porque agora minha coleção de Kimi ni Todoke pode descansar em paz e não vou ter que pensar em arranjar mais espaço para ele. O final foi satisfatório, pelo menos deu uma conclusão para todos os personagens importantes e colocou os pingos nos “i”.

Antes que me esqueça: esse post resume o que acontece sim, porém é sempre bom ressaltar que você pode (e deve, se quiser) ler o final e tirar as próprias conclusões!

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