Cine Review – Godzilla (2014)

Cine Review GodzillaEle está de volta.

Essa é a estreia do Chuva de Nanquim em reviews de filmes! Claro que não serão todos os tipos de filmes, mas tentaremos sempre trazer para vocês algo que possa ser de interesse do nosso público. A ideia é que toda sexta tenhamos uma resenha, mas nada confirmado!


Estreou mundialmente no dia 15 de maio um novo filme de Godzilla, com uma nova roupagem pela Warner Bros e Legendary Pictures com direção de Gareth Edwards (Monstros, 2010) e roteiros de Max Borenstein e Dave Callaham (Os Mercenários, 2010). Conferimos o filme na sessão para a imprensa realizada na última segunda-feira, dia 12 de maio de 2014. Tentarei não soltar spoilers, caso escape me desculpem. Como o estúdio também era americano, tal qual o “excelente” filme de 1998, o receio de que a mitologia do querido lagartão de 100 metros fosse novamente jogada no lixo era grande, mas felizmente isso não ocorre. 

Se você não assistiu o filme ainda, recomendamos uma olhada rápida no trailer AQUI.

Godzilla 2014 Poster (3)RECUPERANDO UMA FRANQUIA DE SUCESSO

Como dito antes, o fato do filme de 1998 ter sido um enorme fracasso nas telas e na recepção da crítica, a confiança em cima de um novo longa com Godzilla estava ameaçada. Poucos realmente sabiam o que esperar de um novo filme. Tudo sofreu uma certa resistência, desde a direção até a equipe de produção escolhida pela Warner. Bem, o resultado parece ter confirmado que Godzilla ainda pode e deve fazer muito barulho nos cinemas nos próximos anos.

Com um orçamento estrondoso (cerca de 160 milhões de dólares) o filme conseguiu se pagar logo no primeiro fim de semana da estreia mundial. Só nos Estados Unidos o longa conquistou quase 100 milhões e desbancou a estreia de filmes como Capitão América 2, um feito inimaginável até então. No Japão, lar do gigante monstruoso, a recepção também foi super calorosa. O sucesso foi o suficiente para confirmar uma continuação para o filme, ainda sem data programada.

Godzilla 2014 Poster (1)O PAPEL DO SER HUMANO EM GODZILLA

Começando no ano de 1999 temos a abordagem de temas atuais, como o medo de desastres em usinas nucleares, principalmente para os japoneses nestes tempos pós-Fukushima; a fúria da natureza contra os humanos, que pensam que podem controlá-la; e o surgimento de criaturas predadoras para a civilização humana, como é largamente explorada em diversas mídias. Também é interessante notar que fizeram uma ligação interessante com o filme original japonês.

Godzilla não é o único monstro a aparecer na tela grande, temos a presença de outros monstros gigantes que já estiveram nos filmes japoneses, os humanos estão presentes nessa batalha de gigantes como espectadores de um desastre que eles mesmos colaboraram para que acontecesse. Os atores Bryan Cranston (Breaking Bad), Aaron Taylor-Johnson (Kick-Ass) e Elizabeth Olsen (Old Boy) retratam muito bem o papel da humanidade de determinação, desespero, luta e fé de que existe uma solução frente a tamanho desastre ocorrendo em um mundo que está “andando muito bem”.

Aqui fica uma nota que muitas pessoas que assistiram o filme sentiram que a participação do lado “humano” da trama acabou sendo cansativa e ofuscando a grande expectativa que se criava com o monstro em si. Em partes não deixa de ser verdade. Realmente você quer mais monstros em tela. Mas mesmo assim a participação do elenco é essencial para a criação de toda a ambientação da trama e do desenvolvimento do filme como um todo.

Godzilla 2014 Poster (4)A INCAPACIDADE HUMANA

Gosto de pensar que Godzilla retrata bem como a humanidade é tola ao se considerar os grandes senhores do planeta e controladores de tudo ao mostrar a impotência da humanidade frente a ameaças maiores.

Em muitos filmes, principalmente americanos, a grande solução americana para resolver os problemas são bombas nucleares, mas e quando a ameaça foi originada dos diversos experimentos nucleares essa solução será realmente eficaz? Humanos não possuem Jaeger, tal qual em Pacific Rim, e nem tempo hábil para criar algo semelhante só que em tamanho consideravelmente maior. Assista e descubra qual foi a aposta da humanidade, dica: o poder é muito legal.

Godzilla 2014 Poster (2)A TÉCNICA

Não é um filme perfeito, tem seus pontos de falha no final, mas conclui de uma maneira muita épica e com vontade de ver mais esse tokusatsu de grande orçamento. Diferente dos filmes japoneses que utilizam fantasias e maquetes para as cenas de combate o CG é muito bem utilizado, empolgante e de primeira linha.

Devido a grande invasão do 3D nos cinemas sempre se pensa que o filme fique melhor nesse tipo de sessão, mas eu considero desnecessário em muitos filmes e não acho que faça diferença em todos eles, incluindo Godzilla, ver em tela grande já é o suficiente para emergir no filme. O som já é outro caso, para sentir o impacto do filme, do rugido, da trilha sonora recomendo uma sala com um bom som, só que infelizmente salas com som melhor está nas sessões 3D, Imax e semelhantes. Temos a presença de conversas em japonês, na primeira meia hora de filme, e considero uma falha não ter legenda para estes diálogos, não são conversas que comprometem, mas não entendo esta falta.

É um bom filme para se ver, muito melhor que a bomba de 1998, com uma história fluída e que te empolga e faz criar uma empatia com o Godzilla, o rei dos monstros.


NOTA FINAL

por Asevedo

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.