Porque um herói com a careca reluzente e magrelo é bem melhor que o Batman.
Z-City, Japão. Do nada, sem aviso nenhum, um monstro terrível ataca a cidade e causa uma destruição inacreditável. Muitos são mortos e outros acabam ficando perdidos no meio de tanta destruição. Então quando tudo parece perdido, um herói aparece e destrói o vilão com apenas um único soco. Quem é esse misterioso herói? Ele é… apenas um cara normal, que serve como um herói mediano como um hobby. Saitama é um desempregado que um dia acaba salvando uma criança do ataque de um monstro e se lembrando que o seu sonho de criança era ser um super herói. Depois disso ele decidiu treinar todos os dias, e esse treinamento foi tão duro que depois de 3 anos ele percebeu as mudanças no seu corpo. Saitama ficou forte e perdeu todo o cabelo. Ele ficou tão poderoso que nenhum inimigo chega a ser páreo para feri-lo, isso acaba o desmotivando e o deixando com um sentimento de estar vazio por dentro. Se ao menos ele encontrasse alguem que desse uma luta que o deixasse realmente em perigo…
Que tal conferirmos como foi a estreia do anime mais esperado da temporada?
EPISÓDIO 1 – O HOMEM MAIS FORTE!
O episódio começa com a cidade sendo devastada pelo caos, ou melhor, sendo destruída por um vilão que mais parece o Piccolo de Dragon Ball, porém todo roxo, peladão e com antenas. Mas, claro, sempre aparece um herói, aquele herói, todo fortão, com o cabelo sedoso e extremamente bonit… Ooops, anime errado. Nosso herói é careca – uma careca bem brilhante por sinal, lembra muito a de um tio meu –, magrelo e com os olhos miúdos, mas que destrói o “Piccolo” com apenas um soco. Humilde, não?
A abertura do anime (Hero, da banda Jam Project) é o tipo de música que rockeiros (emo, góticos, depressivos) apreciariam em um show, até porque só faltou a redatora aqui balançar a cabeça loucamente como se estivesse tendo uma convulsão; já o encerramento é mais good vibes, onde você coloca flores na cabeça, dá saltinhos felizes no estilo coelho, faz o sinal “paz e amor” e fica balançando as mãos enquanto ouve a música.
Logo depois vemos como tudo começou e… Meus amigos, como esse protagonista era bonito quando não tinha emprego e havia falhado miseravelmente em sua entrevista para virar um assalariado – só errou mesmo na vida quando encontrou um siri de cueca, mas acontece com todos. E aí que percebemos que a cidade tem um surto absurdo de vilões que fazem sons estranhos (como “kukuku” ou “kyun kyun”) e o governo não faz absolutamente nada, somente a espera de um homem que é herói por hobby. Apenas detalhes. Continuando, nos damos conta que não só os vilões são estranhos, mas também os moradores da cidade, incluindo um cara que parece ter uma bunda no queixo!!! E é aí que vemos o nosso grande herói (ou quase isso) despertar. Depois de apanhar um pouco, Saitama mostra toda a sua agilidade e simplesmente acaba com o monstro de uma forma incrível, eu acho.
A maior ilusão da vida foi acreditar que a primeira batalha seria vencida com um soco, como propõe o nome do anime, mas ao invés disso, ele acaba com o siri de cuecas com a sua gravata! Japão, mude o nome para One Tie-Man! A redatora agradece.
Logo após termos visto uma chuva de suco de siri, entramos em pensamentos profundos com o herói no supermercado, comprando carne. Quem nunca experimentou a tia Miyuki e One Punch-Man recomendam: refletir sobre a vida no supermercado ajuda, melhor que isso só fazendo a reflexão lavando a louça – quem quiser fazer um teste grátis me avisa, eu deixo a louça suja hoje, só falar. Porém o pacifico momento de pensamentos depressivos é interrompido pelo Titã Colossal – alô, alô, Shingeki no Kyojin! –, que nada mais é do que um homem comum que tomou muita vitamina com Protein Whey e teve seu momento “vem monstro!”, mas como ser um titã também é muito triste, o protagonista o derrota com um soco.
Saímos de Shingeki no Kyojin e entramos na timeline do Twitter. Mesmo sendo tão forte, a razão existencial começa a atingir o herói que ainda usa cuecas em cima das calças e sentimos o clima de “hello darkness, my old friend”, onde o melhor a se fazer é chorar e ficar lendo as frases reflexivas de Clarice Lispector, reclamar no Twitter e ver textos depressivos no Tumblr. Mas tudo muda! Um dia ele acorda com inimigos que destroem seu apartamento, mas devolvem a sua força de vontade, seus verdadeiros sentimentos pela luta e pela vida! Não são frágeis como os que sempre caem com seu primeiro soco, são inúmeros e fortes, fazem até mesmo machucados no poderoso protagonista. Mas isso era só um sonho, o que prova que a realidade é esmagadora e triste. E vocês sabem o que é isso, queridos? Isso é One-Punch Man!
Comentários sérios: Adorei o primeiro episódio, ainda mais pelas sátiras aos mangás e animes de “battle shounen” serem tão evidentes. Acabei lembrando Gekkan Shoujo Nozaki-kun, óbvio, o tema não tem nada a ver, mas o modo como são feitos tem uma semelhança bem perceptível: ambos ironizam os clichês das demografias shoujo e shounen, porém não ofendem seus telespectadores, muito pelo contrário, nos divertem com elementos tão usados, mas agora com outra finalidade. Vou continuar acompanhando? Claro! Ainda sonho em ser uma aidol cauai dêsu e o protagonista só me motivou ainda mais em correr atrás disso (não). Uma verdadeira pessoa com perseverança é aquela que nunca desiste! (Ou será que é aquela que sabe a hora de desistir?)