Review – Dear Sister (2014)

dearsister2014Um dorama que conseguiu me satisfazer em (quase) tudo.

É difícil fazer resenhas de doramas. Sejam eles japoneses, coreanos, chineses ou o que quer que sejam. Provavelmente porque fomos criados a mercê da televisão que nos entope diariamente de enlatados americanos. Não quer isso seja ruim. Eu também amo séries americanas. Mas isso nos faz acostumar a absorver este tipo de conteúdo e achar diferente tudo que possa aparecer em nossa frente. Basicamente é isso que muitas pessoas sentem – e daí, a aversão ao estilo, a forma de atuar, a produção e até mesmo dos atores – que em alguns casos chegam até a contracenar em Hollywood, mas que passam despercebidos na maior parte das vezes dentro do próximo cinema asiático.

Na verdade, não sou o dono da resenha que começa no próximo parágrafo. Mas sou a pessoa que mais incentiva para que a pessoa em questão faça este tipo de textos. Não só porque ela é fã de novelas asiáticas, mas principalmente porque ela consegue captar grande parte desse poder crítico ocidental com determinados tipos de obras. É isso que você perceberá nas avaliações, tanto positivas quanto negativas, de Dear Sister. Confira abaixo a resenha de alguém que “é como você”.

Vale lembrar que você pode assistir Dear Sister completo e legendado em português lá no Drama Fever!

DearSister

A HISTÓRIA

Fukazawa Misaki, 27 anos, e Hazuki, 29 anos, são irmãs que são totalmente o contrário uma da outra, tanto em estilo de vida quanto em personalidade. Embora elas possam ferir os sentimentos uma da outra, elas também compensam as deficiências uma da outra. A bela Misaki é a típica irmã mais nova que é boa em se fazer de “menininha”. Ela não se saiu bem academicamente, mas sabe se virar muito bem. Depois de terminar o colegial, ela saiu de casa e desapareceu. Mas um dia, ela repentinamente se muda para o apartamento de Hazuki e comporta-se totalmente diferente desde então. No entanto, Misaki tem um segredo que guarda para si… Hazuki trabalha em um escritório de custódia e decidiu reunir suas forças para se casar rapidamente com seu namorado que trabalha no mesmo escritório. Ela é do tipo de presidente exigente, super organizada, mas é um pouco socialmente desajeitada. Hazuki sente que Misaki ganhou todo o amor de sua mãe na infância. O que vai acontecer agora que Misaki foi morar com ela? Hazuki também tem um segredo que ela não pode dizer a Misaki. Quando estas duas irmãs se chocam ao viver sob o mesmo teto, seus valores começam a mudar pouco a pouco.

CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS

Dear Sister foi um dorama exibido em 2014 pela emissora japonesa Fuji TV, do dia 16 de outubro até 18 de dezembro. A série teve 10 episódios no total e conta com a atuação da famosa e querida Ishihara Satomi. A música tema da obra é “Happiness” da cantora Che’Nelle e a música de abertura é “BF” da dupla moumoon.

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Hazuki é a irmã mais velha. A mulher trabalha como funcionária pública, tem uma vida estável, série e bem… Morna. Ela é a responsabilidade em pessoa. Misaki já é o oposto de sua irmã; a caçula vive sua vida como bem entende, faz suas rebeldias e, apesar de parecer se importar só consigo mesmo, ela age pensando no bem das pessoas. É com certeza um dos pontos positivos do dorama, sendo uma personagem de destaque não só na série, mas também para quem assiste.

Dear Sister até certo ponto consegue me satisfazer, mas… Acredito que minha cota para os dramas japoneses já tenha se encerrado nesse ano, pelo menos para os que não forem de comédia. Assim como Atelier – última série japonesa que assisti – Dear Sister não foge daquele drama exagerado e da velha receita nipônica de sempre acrescentar um ingrediente que faça os personagens sofrerem mais do que deveriam. Esse é o fator que não me deixa gostar 100% de um dorama. Ao contrário dos coreanos – que tem uma fórmula de comédia no início, drama no meio e resolução no final – os japoneses gostam e abusam no quesito drama, fazendo com que ele esteja em toda a obra, aliviando apenas no final, se a história tiver que ter um final feliz. A única categoria que foge dessa tragédia é a de comédia, na qual recomendo fortemente. Dear Sister já vinha com a premissa de que Misaki, a irmã mais nova, guardava um segredo, mas na verdade acaba sendo dois segredos – dois que ela guarda de sua família e um que ela guarda do espectador – e, claro, não poderiam dar uma trégua com a melhor personagem da obra e acabaram jogando todo exagero para cima dela quando foi “necessário”.

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Falando nesse mesmo exagero, a história começa a desandar depois que Misaki finalmente revela seu segredo, a partir desse momento há uma mudança um tanto quanto radical com a personagem; ela deixa de ser a rebelde e passa a agir com responsabilidade, tendo consciência do que é certo ou errado. Entendo o fato de que essa característica faria com que a protagonista evoluísse, mas a essência não é a mesma. É decepcionante. Outro tópico decepcionante é o romance; ao contrário do relacionamento entre as duas irmãs, Misaki e Hazuki, ele não é tão bem desenvolvido e parece estar lá por estar, para chamar a atenção dos telespectadores. Não importa com qual das personagens seja, o relacionamento amoroso aparenta ser forçado e nunca entendemos por completo se elas gostam de alguém ou não e, quando finalmente expressam seus sentimentos, eles não chegam a quem assiste. Se tivesse a opção de escolha, o dorama só teria tido esse romance todo por parte da Hazuki, mas da Misaki é bem dispensável – inclusive torci, e muito, para que ela não se envolvesse com ninguém.

Talvez tenha dado para perceber, mas amei o papel da Ishihara Satomi como Misaki – aliás, me pergunto se gostei mais da personagem ou da atriz que a interpretou. Misaki, como já disse antes, é uma protagonista viva, que consegue passar toda a sua energia para quem assiste, porém os méritos também são da Ishihara Satomi. A atriz basicamente incorporou o papel da garota rebelde e vale ressaltar as expressões e as vozes que ela faz em vários momentos – seja em cenas em que precisa parecer mais fofa ou em cenas em que é uma completa desleixada. A atuação da atriz só me deixou ainda mais animada para acompanhar seus outros trabalhos, deixando uma pequena observação que a mesma está ativa nos dramas, sem um único ano de pausa, desde 2003 e participando em obras importantes, como por exemplo, “Rich Man, Poor Woman”. No ano passado Satomi participo de uma série chamada “5-ji Kara 9-ji Made”, que é uma adaptação de um mangá shoujo de mesmo nome, da autora Aihara Miki – sinceramente, estou ansiosa para assistir, só estou em dúvida se leio o mangá antes, haha.

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Sendo bem sincera só comecei a assistir Dear Sister por causa de um comentário de uma gringa, no qual ela dizia que esse tinha sido o melhor dorama que havia acompanhado nos últimos anos e que já estava nessa vida fazia tempo. Li a sinopse do drama e pensei: “mas como é que uma história pode ser tão boa sendo que o foco principal são duas irmãs?”. Com esse pensamento eu quebrei a minha cara. Dear Sister mostra um potencial absurdo, com um assunto clichê, mas que é tão bem trabalho e desenvolvido que acaba sendo animador acompanhar a vida de Misaki e Hazuki, de poder ver como a caçula começa a planejar e moldar a vida da mais velha – mas, claro, de um jeito radical. Já falei uma vez, mas repito: é a ponto mais alto e que seria ainda melhor se não houvesse romance na série. Não há o que acrescentar, só assistindo para entender.

Além de caprichar nas personalidades de seus personagens, Dear Sister não falha com a parte estética. Há dois cenários que me deixaram babando com tamanha perfeição ao construir o cenário: o primeiro é o Apple Seed – restaurante que Hazuki frequenta, no qual o dono é um homem interessado na mesma – tanto o lado de fora quanto o lado de dentro combinam bem com a proposta do local, que é de fazer comida com vegetais e frutas do próprio restaurante, se existisse mesmo adoraria poder fazer uma refeição lá de tão aconchegante que parece; o segundo cenário que mais gosto é a casa de Hachi – melhor amigo de Misaki –, no qual é um trailer com um quintal que tem uma piscina-pista-de-skate, é criativo e combina com o personagem montado. Outra característica que entra nessa parte estética e que amo é o senso de moda que colocaram em Misaki – tanto que em determinado momento a mesma começa a trabalhar com isso –, todas as roupas tem um estilo jovem e descolado, tanto que viraram produtos oficiais e foram postos a venda no Japão.

COMENTÁRIOS FINAIS

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Apesar de ter preferência por dramas coreanos, Dear Sister acabou sendo um ótimo achado. O desenvolvimento acabou sendo surpreendente com algo que não tinha expectativas e graças a pequena quantidade de episódios, a série não estagnou na minha lista. A história não entra para os meus favoritos, mas com certeza recomendo para os fãs de dramas japoneses que procuram o famoso “algo mais” e não contam apenas com o romance como atrativo.

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