Editorial – Um ano difícil, mas um futuro aberto a tudo

Aquela passada a limpo do final do ano.

Chega aquela época do ano que a gente começa a pensar no que fez, no que deixou de fazer, no que queremos pro ano seguinte, e assim vai. Não que isso sempre dê certo, mas a intenção sempre é boa e ajuda a gente a tomar um rumo no que almejamos. E também é a hora de colocarmos alguns pingos nos i’s de tudo que rolou e que acreditamos que deveria ser de conhecimento geral.


UM BALANÇO DE 2017

Então vamos começar com o básico: foi tudo um fiasco.

Não, sério. Foi tudo uma bagunça. Provavelmente foi o ano em que eu mais tive dificuldades em me organizar e colocar as coisas da forma certa no site. E isso com todo mundo. Todos estivemos muito ocupados com a tal da vida adulta, cuidando dos estudos, do trabalho, da vida e essas coisas triviais que nos impedem de cuidar dos nossos hobbies. Isso foi causando um afunilamento incrível de projetos, muitas ideias sendo jogadas de lado, posts sem frequência e algumas atitudes que não são nosso padrão por aqui. Foi literalmente um ano fora da curva. As grandes metas que tínhamos lá no começo acabaram não se concretizando, e eu assumo 99% dessa culpa por não ser uma pessoa lá muito programada para as coisas.

Além disso, começamos a ter um outro problema: travamos na escrita.

E os motivos para isso são vários, pois, além da dita falta de tempo, enfrentamos o problema de não saber sobre o que escrever. Anime? Mangá? Quadrinho? Filme? Série? Não sabemos. Muitas vezes temos muita vontade de falar de algo no site, mas sentimos aquele receio se aquilo realmente é um conteúdo relevante para vocês. E percebemos aos poucos que isso estava matando a nossa vontade de realmente demonstrar aquilo que pensamos, queremos, que nos empolga a deixar vocês todos empolgados.

Um outro ponto que precisamos ressaltar é que, para quem lê as nossas descrições aqui em baixo, na assinatura, sabe que eu e o Vinicius, por exemplo, trabalhamos na Panini. A Miyuki também faz alguns freelas para a editora. E acho que nunca escondemos isso de ninguém. Porém, começamos a nos questionar se por causa disso deveríamos continuar falando dos mangás nacionais, se não veriam isso de outra forma. Uma dúvida interna que demoramos pra compreender e buscar a nossa resposta.

Esse conjunto de fatores foi minando nossa criatividade, nossa vontade, e nos atrapalhou muito no decorrer de 2017 – mais do que vocês podem imaginar.


O QUE SÃO OS LINKS DA AMAZON?

Uma das maiores dúvidas de nossos leitores é em relação aos links patrocinados da Amazon. Vamos deixar aqui que o ChuNan não tem renda de nenhum outro lugar. Nem AdSense ainda temos neste site, portanto nossos únicos ganhos são de vendas de livros através destes links, que nos dão uma comissão de 9%. É bom deixar claro que não estamos obrigando ninguém a comprar através destes links, mas ficamos muito gratos àqueles que o fazem. Depois que saímos de um servidor gratuito, temos um gasto relativamente grande com servidor, hospedagem, manutenção, backup e tudo mais. Então este dinheiro nos dá uma boa margem.

“Vocês deveriam testar outras livrarias!” Apesar de muitos sites terem parcerias com outros locais, no momento entendemos que a Amazon é o melhor para nossos leitores. Por vários motivos, entre eles a possibilidade de conseguir um frete grátis em compras acumuladas ou mesmo o estoque maior e entrega mais eficaz. Acreditem, apesar de ser “patrocinado”, pensamos em vocês.

Novamente, obrigado pela compreensão de todos, compradores ou não.


O RUMO DOS POSTS DAQUI PARA FRENTE

Primeiramente, vamos passar por toda uma reformulação interna. Percebemos que o primeiro passo era nos comunicarmos mais, entendermos a dificuldade de todos e o que podemos fazer para nos ajudar. Isso já é um ponto essencial. E foi justamente por isso que chegamos a conclusão que, mesmo estando trabalhando em uma editora, não vamos deixar de escrever daqueles mangás que gostamos, ou que detestamos, seja da Panini, ou da JBC, ou da NewPOP. Afinal, é inegável que conseguimos entrar nesse mercado por causa deste site, e seria desnecessário simplesmente abandonarmos tudo.

Mesmo dentro do mercado, nenhuma editora nunca nos pagou para fazer um post, um projeto diferente ou qualquer coisa do tipo. Todas as parcerias, mesmo que para sorteios, são voluntárias. E, se por ventura isso vir a acontecer um dia, deixaremos tudo claro para vocês. Não ganhamos 95% dos materiais que fazemos resenhas por aqui, e, a partir de agora, sempre deixaremos vocês cientes disso.

Acredito que ter essa liberdade de escrita, sem peso na consciência, dando essa transparência para nossos leitores, nos dará um leque muito maior de opções na hora de fazer nossas postagens. Podem ter certeza que verão uma diversidade de posts muito maiores, com outras temáticas e colunas ressurgindo totalmente repaginadas.

Como disse anteriormente, a maior parte da culpa de um ano “sonolento” do Chuva de Nanquim foi minha. Hoje, graças a toda a equipe, estamos andando e pensando em nosso futuro por aqui. Eu realmente amo o ChuNan, e ele representa muitas fases da minha vida, por muitos motivos. E escrever este parágrafo é difícil, pois muitas vezes eu me imaginei largando e voltando atrás no minuto seguinte. Hoje, eu sei que não conseguiria deixar tudo isso pra trás. E tenho total noção de que essa “responsabilidade” é minha.

Obrigado a todos vocês que não deixaram de nos apoiar, de comentar nos posts e de fazer o ChuNan ainda ser o site acolhido por todo mundo. E obrigado a toda a equipe do site, principalmente o Luk, por estar comigo desde o começo aqui, e a Miyuki, que sem ela nada dessa visão crítica seria possível – essa mulher hoje é a alma do site, acreditem, e devo tudo e mais um pouco à ela.

Para a alegria de muitos e tristeza de alguns (brincadeira, ninguém vai perder tempo ficando triste por site que de anime e mangá, por favor) o Chuva de Nanquim continua.

E coisas melhores virão.


PS: O Chuva de Nanquim foi oficialmente aceito como imprensa na CCXP 2017! Nos vemos lá!

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.