Ou: Por que o anime de Beelzebub é melhor que o de Reborn? É, podem comemorar. O bebê Beel também dando as caras por aqui como minha primeira review de anime.
Antes de mais nada, queria dizer que essa é realmente minha primeira review para algo. Sei que haverão falhas, e espero que possam me ajudar a corrigi-las com o tempo. Mas deve-se ressaltar também que A MAIOR PARTE do que conter aqui, será expressado de acordo com minha opinião própria, e é impossível que seja diferente.
Quando eu comecei a fazer essa review, confesso que não sabia bem o que escrever. Existem muitos outros blogs, com muitas ótimas reviews por aí. O meu é “só mais um”. Mas acho interessante quando você tem várias opiniões sobre um anime na hora em que procura algo para assistir, eu pelo menos sou assim.
Aproveitei nesse feriado de carnaval para botar meus animes em dia, por isso fiquei devendo atualizações por aqui. Resolvi então começar pelos animes dessa temporada de Janeiro. Meio tarde, confesso, mas como a maioria está com seus 8~9 episódios, já se dá pra ter uma idéia e opinião formada sobre o enredo.
Escolhi logo um anime “modinha” pra começar. Beelzebub vem sendo adaptado das páginas da toda poderosa Shonen Jump, conta atualmente com 9 episódios exibidos as 7 da manhã na NTV e vem conseguindo ótimos indíces de audiência, ficando sempre beirando o Top 10 (Considerando que os 4 primeiros são intocáveis, é uma ótima colocação).
A história
Beelzebub conta a história de Oga Tatsumi, um dos típicos personagens principais da Jump: desbocado, que arranja briga com a escola toda, que todo mundo quer bater nele e bla bla bla. Um dia, Oga acaba encontrando um bebê que sai de dentro do corpo de um enorme cara estranho (sério, ele é realmente estranho) e acaba por adotar o bebê por livre e espontânea pressão. Até aí, nada faz sentido, mas é claro que vai aparecer a mocinha estranha de outro mundo, vestida de lolita, e explicar tudo para Oga: o bebê, o pequeno Beelzebub, é filho do demônio master, e foi enviado para a Terra com a intenção de destruir tudo por essas bandas.
CLARO que agora tudo faz sentido, e Oga, como todos, está mais preocupado em como se livrar do garoto do que saber em como salvar a Terra. Isso é o de menos, óbvio.
A partir daí, começa a briga constante de Oga para se desfazer do garoto. Tudo que ele precisa fazer é encontrar alguém mais demôniaco que ele, e mais forte que ele também. Teoricamente, alguém assim faria o pequeno Beel largar do garoto e partir pra outra. O problema é que não é bem assim…
Nesse caminho, ele encontra alguns desafios (e nós percebemos que não existe ninguém mais forte que ele, mas em compensação retardados…) como os valentões Kanzaki e Himekawa, além do grupo bizarro chamado de MK-5.
Estamos no episódio 9, quando uma das melhores personagens do mangá finalmente começa a aparecer com mais frequência: a bela e engraçada Kunieda. A partir de agora, a história dos primeiros epísódios (que era focada somente no bebê Beel soltando choque nos outros, nos choros algumas vezes irritantes para alguns e nos episódios que as vezes pareciam fillers de tão soltos) começa a se desenvolver num ritmo lento. Teremos finalmente a partipação de alguns personagens que deixarão a animação melhor e mais séria, além de aumentar o nível das lutas.
É importante ressaltar também que a relação entre Oga e Beel é cada vez mais “bonita”. É impossível deixar de perceber a evolução dos dois com o decorrer dos episódios e o apego e a proximidade que eles vão adquirindo. A “tatuagem” que Oga adquire quando seu poder de sincronia está no máximo com o bebê é uma analogia a isso.
Além disso, convenhamos, o Beel não é uma coisinha fofa? Sério, não tem como não se apaixonar por esse bebê que apronta mil e uma confusões…
Opinião geral
Beelzebub pra mim está sendo um ótimo anime, e tem de tudo para se manter como mais um dos animes “infinitos” da vida. Agora vocês devem se perguntar o porque da descrição desse post. Pois bem, vamos lá.
Não quero fazer uma review de Reborn, deixarei isso para outro dia, mas é totalmente impossível não haver algumas comparações. O anime de Reborn já começou com a proposta de ser infantil: suavizaram cenas de ação, os personagens perderam muitas das suas “características” próprias do mangá (que ajuda muito nessas características com o belíssimo traço da Amano que só melhora a cada capítulo). Os personagens do anime ora se tornaram excessivamente irritantes e pra quem acha o bebê Beel chato, com certeza não viu aquele Lambo que me fez pegar ódio do personagem.
Beelzebub pegou o caminho inverso de Reborn. A animação vem muito boa, ótimos dubladores e os personagens foram “preservados” assim como no mangá. O choro do bebê Beel realmente algumas vezes chega a ser irritante, mas é inegável que ficou MUITO bem retratado aquilo que não poderia ser mostrado no mangá. Ele é uma criança mimada, que não pode ficar longe de seu “pai” e que acabou de “nascer”, ou seja, não há nada de errado em colocar uma criança chorando e irritante nessa ocasião.
Nos primeiros episódios também são acrescentadas cenas “fillers” para dar uma esticada nos episódios, deixando bem em foco a tal da distância que o Oga deve manter de seu “filho”. Convenhamos também que irrita, mas está realmente seguindo como o mangá sugere.
Quanto as cenas de comédia? Bem, se você ler o mangá esperando ver cenas diferentes daquelas do anime, pode esquecer. Você não vai gostar também. Pule os capítulos iniciais. O humor de Beelzebub é escrachado, e as cenas do Oga levando choque, ou discutindo com seu amigo, ou brigando com algum vilão bizarro são clichês, mas são EXATAMENTE COMO DEVEM SER. A proposta se manteve até agora. Eu sempre digo que o ruim não é o clichê, e sim como eles são utilizados. E Beelzebub consegue colocar isso ao seu favor. Claro que existirão os que adoram e os que odeiam, mas isso é uma outra história.
Mas enfim, o que estou tentando afirmar é que o anime de Beelzebub está indo bem porque ele não inventa e nem modifica o que deu certo. Ele segue a fórmula de sucesso do mangá, seja em seu roteiro, seja em seu público alvo, seja no seu jeito de contar as piadas, em sua qualidade de animação, sua trilha sonora, seus dubladores. Em nenhum momento ele tenta “infantilizar” ou colocar “mais poder onde não deve”. Reborn modificou, infantilizou, perdeu seu público fiel do mangá, tinha piadas em momentos errados e detoava muito do resto do anime (aqueles “Normal Days” de Reborn são um saco, convenhamos). Sua audiência em queda constante nos episódios finais mostra isso. Já Beelzebub, se continuar no conceito de “manter” o mangá, pelo menos até a chegada de sagas fillers, com certeza teremos uma animação boa e agradável para quem curte o gênero.
Consideração Final
Beelzebub é comédia escancarada misturando com porrada dentro de um colégio, e envolvendo demônios. É a fórmula que dá certo nos shounens, e quem não enxerga isso é porque não quer enxergar. Não é um humor pastelão como em Gintama, mas é algo que está claramente ali com a intenção de ser o apelo cômico do anime.
Se você não quer piadinhas, cenas de atrapalhadas envolvendo Oga e Beel e choques a todo instante, fique longe. Esse anime não é para você. E o mangá também não.
Se você quer um shounen leve, descompromissado, e que te diverte, Beelzebub está aí para ocupar esse posto. Assim como One Piece, Bleach e Naruto possuem seus atrativos e conseguiu seus fãs por possuírem seu carisma próprio, Beelzebub seguirá o mesmo caminho, usando como ponto forte a relação entre “pai e filho” e a proximidade entre ambos com o decorrer da história. As cenas de ação prometem e tenho certeza que teremos um fandom para a série se formando em breve.
Recomendado.
por Dih