Depois dos sucessos de Junjou Romantica e Sekai Ichi Hatsukoi, mais duas séries da Ciel ganharão anime.
As fangirls e fujoshis no mundo inteiro hoje acordam com uma notícia fantástica. A edição de dezembro da revista Ciel Tres Tres (uma espécie de “spin off” da revista Asuka Ciel e que geralmente tem uma revista por temporada) anunciou que duas novas séries yaoi devem ganhar animações em breve. A primeira é Junjou Mistake de autoria de Shungiku Nakamura o/a (não se sabe ao certo qual o sexo) autor de Junjou Romantica e Sekai Ichi Hatsukoi, dois sucessos indiscutíveis do gênero na atualidade. A outra série trata-se de Hakkenden – Touhou Hakken Ibun, mangá de Miyuki Abe que a muito tempo era desejo dos fãs um anime.
Junjou Mistake é um caso interessante. O mangá é um spin-off de Junjou Romantica, principal série do autor. Mas o grande detalhe é que ele não é serializado, sendo entregue capítulos somente com os DVD’s do anime. Diferente, não? O mangá conta a história de Kaworu Asahina e Isaka Ryuichirou, que depois se torna editor de Usami Akihiko na série prinncipal. Assim como Junjou Romantica, Mistake conta com os mesmos elementos de comédia e aquele toque de dramaticidade própria da história. O spin off se desenvolve contando a história de como Isaka se apaixonou pelo seu protetor Kaworu. Prato cheio para quem é fã de yaois.
Já Hakkenden tem um plot que consegue chamar a atenção. A história se passa cinco anos após um trágico acontecimento na vila de Ootsuka, deixando misteriosamente somente 3 sobreviventes que vivem juntos em uma igreja. Os três vivem isolados do resto da sociedade fugindo constantemente. Um dos sobreviventes é Shino que possui o poder da espada Murasama, a lâmina da vida. Ele é um dos responsáveis pela fuga dos três, uma vez que a igreja do império busca de qualquer maneira uma forma de ter os poderes de Murasame. Com isso, a vida de Shino e de seus amigos deixa torna-se um verdadeiro inferno, sempre se confrontando e buscando a sobrevivência. Hakkenden é publicado desde 2005 na Asuka Ciel e já conta com 13 volumes encadernados e com um traço espetacular.
Em primeiro lugar, vale comentar que a revista Ciel apesar de ser conhecida e taxada como yaoi, também publica algumas obras shoujo com pitadas de shounen-ai. É por exemplo o caso de Hakkenden, que ao meu ver não será algo “apelativo” ou feito mais para “saciar fangirls”. Se você não se incomoda com alguns elementos assim, com certeza deve se tornar uma série interessante quando adaptada.
De qualquer maneira, a adaptação de duas séries desse gênero mostram que fujoshis tem um poder de influência muito grande na atual “sociedade otaku japonesa” (lembrando que animes não são feitos no primeiro momento pensando em um público ocidental, salvo algumas excessões). Acho sem bem vindo esse tipo de série e fico feliz quando vejo que as vendas delas sempre alcançam ótimos números (como aconteceu com Junjou e Sekai Ichi, o que acabou gerando segunda temporada para ambos).
O estranho é ver que aqui no Brasil esse ainda não é um gênero explorado, mesmo ao meu ver tendo uma fanbase formada e que certamente já demonstrou todo o desejo de colaborar com o mercado nacional. Enquanto isso, vemos o Yaoi Con rolando nos Estados Unidos e editoras GRANDES como a VIZ entrando no mercado até com selo próprio (que vocês podem conferir no post do Blyme Yaoi), ou a própria Digital Manga, especializada no gênero. No Brasil? Só uma versão censurada de Gravitation (que não é lá a maior maravilha do universo) e o “recente” lançamento da NewPop, Blood Honey, que teve uma resenha publicada aqui. Quando as editoras daqui começarão a investir no gênero? Qual será o motivo para isso não acontecer? Preconceito com yaois e medo da reação de outros públicos em pleno século 21? Me desculpe, mas enquanto tivermos obras como Futari H nas bancas, essa desculpa não vai conseguir entrar na minha cabeça.
Atualização: A edição da revista Ciel Tres Tres foi lançada e divulgou que o anime de Junjou Mistake não passará de um episódio “extra” incluído no meio de Sekai Ichi Hatsukoi 2. O episódio será o de número 6. Podem começar a xingar já, eu entenderei. Já quanto a Hakkenden, tudo indica que será mesmo uma série de TV.
por Dih