E a Sunrise retorna com a sua franquia de sucesso, mas sem o seu protagonista mais marcante dos últimos anos.
A espera foi grande. O alvoroço que se formou quando a Sunrise anunciou uma nova animação dentro do universo de Code Geass, foi grande entre os fãs da franquia. Afinal, o que fazer com uma história que aparentemente se fechou de forma correta? Foi então que recebemos a notícia da produção de Code Geass: Boukoku no Akito, que embora seja colocado como “situado entre as duas temporadas originais da série”, é simplesmente um spin-off e sim, pode ser visto mesmo por aqueles que não acompanharam Lelouch e companhia. Apesar da aparição confirmada de C.C. na série, e aparentemente de Suzaku (isso não é um spoiler, não se preocupem), Akito tem tudo para tomar um rumo diferente daquela que conhecemos há alguns anos.
Code Geass: Boukoku no Akito #01
The Wyvern Arrises
Todos sabem que eu gosto bastante de Code Geass. Apesar das críticas – principalmente com relação a segunda temporada – vejo Code Geass como uma das melhores franquias da Sunrise nos últimos anos, e que, querendo ou não, trouxe um público totalmente renovado para o gênero mecha, com uma releitura muito mais soft do que um clássico Gundam. Claro que a série possui os seus pontos fracos, pontas soltas na história e características que não conseguem ser digeridas por todos, mas isso não tira os méritos de um anime que vendeu muito e que se viabilizou a produção desses especiais OADs/Especiais.
Para começar, um dos grandes motivos de você ver Akito é o foco da trama principal. A guerra continua sendo a mesma: os Elevens, a União Européia e a Britannia. Porém ao invés de acompanharmos a briga pelo ponto de vista principal de Britannia, temos a União Européia (EU) se aliando contra outros países para derrotar os invasores “brittanicos”. Aqui não temos problemas colegiais como na história de Lelouch. O que realmente temos é uma luta por interesses políticas, jovens com ideais de liberdade e os poderes do Geass sendo utilizados de uma forma menos “fantasiosa” (se é que isso é possível) do que o que víamos.
Akito, o nosso protagonista, apesar de “lembrar” Lelouch, tem uma dimensão muito maior da situação que se encontra. Sendo um Eleven e um dos tenentes da EU na guerra contra a Brittania, seu ideal é vencer, destruir, acabar com qualquer um que entre em seu caminho, ao lado de seu Knightmare Alexander. Não sabemos suas motivações ainda, mas já sabemos que ele foi “atingido” por um Geass que tem um poder ainda não revelado para nós. Ordenado para ser uma super máquina de combate? Nunca morrer?
Enfim, ao se juntar e virar o guarda-costas particular de Leila – a jovem garota responsável por comandar as frotas da EU – parece ter de fato algum plano em mente, que inclui ajudar a garota a não ser pressionada e corrompida por todos aqueles que querem subestimar o seu poder. Mas isso não significa que Leila seja uma personagem fraca. Vemos em Leila muito da personalidade que víamos em Euphemia no clássico, por exemplo. Vemos isso logo no final do episódio, no recrutamento dos terroristas para suas forças armadas.
A grande dúvida que nos cerca em relação a história é sobre o portador do Geass apresentado no final, Shin Hyuuga. Ele é, aparentemente, o grande “rival” das forças armadas da EU e consequentemente de Akito. O fato de ele ter matado o chefe dos cavaleiros reais de St. Michael (aparentemente conheceremos todas as forças armadas de Britannia) e assumido seu posto, terá quais consequências? A amizade de Farnese, o líder dos cavaleiros de St. Raphael? A amizade de Suzaku, dos Knight of Rounds? Enfim, só descobriremos nos próximos filmes, mas já surgem diversas teorias, entre elas que ele se utiliza do mesmo contrato de Lelouch com C.C., já que seu Geass aparentemente tem o mesmo poder de controlar a mente e a ação das pessoas. Bem, a garota de cabelo verde estará no próximo episódio. Confirmaremos tal tese?
O fato é: Boukoku no Agito possui um clima muito mais denso do que a série de TV. Os personagens agora são aprofundados dentro de um contexto muito mais político do que pessoal. Mesmo o caso de Leila e seus irmãos adotivos, é movido por uma sociedade “suja” e que não se importa com os meios necessários para alcançar os fins. A animação também é um dos grandes pontos fortes da obra. Se compararmos a estética técnica de Akito e Lelouch veremos algumas diferenças visuais do tempo que se passou entre as duas, mas as características de ambos (principalmente o character design do CLAMP) continua sendo o “charme” que os fãs não querem deixar de lado.
Quanto aos mechas e batalhas utilizando o CG, com certeza o resultado foi surpreendente. As lutas conseguem ser dinâmicas e muito “leves”, sem um ar mecânico e travado que geralmente vemos em outras produções. Isso é essencial para os Knightmares, por exemplo, que tem um traçado todo humanoide e referencial para o restante da série.
Sim, Code Geass: Boukoku no Agito consegue ser uma boa recomendação para os que já acompanharam a série e para os que não. Para os que gostaram, e para os que não. Claro que a curta duração da série de especiais pode ser um empecilho na forma de concluir a história, afinal apenas 4 episódios de 50 minutos precisam de um cuidado e uma direção extremamente competente para não se perderem ou para não acelerarem o ritmo de passagens importantes. Por enquanto, tudo em ordem. E você? O que espera de Akito daqui por diante? Nosso novo protagonista pode ainda não ter o apelo de Lelouch, mas há potencial.
por Dih