Jun Fukuyama… você é o cara. Ou não, espera…
Nos guias de temporada que vimos espalhados por aí, muito se falou das grandes apostas. JoJo, Magi, Code;Breaker, BTOOOM e outros. Mas como eu havia dito anteriormente, Ixion Saga era um daqueles que merecia um certo olhar especial. Não por ser baseado em um dos jogos que a Capcom espera emendar como sucesso, mas sim por sua equipe de produção. O tão elogiado staff de Gintama, School Rumble e outros animes que nos deram bons motivos para gargalhadas estaria de volta em um anime de… fantasia. Mas nem toda a sinopse é o que realmente você espera, e Ixion Saga veio para provar isso de uma forma engraçada e despojada. E claro, com Jun Fukuyama.
Ixion Saga DT #01
Packing Heat
Kon é um daqueles garotos vidrados em jogos online. Ele está dedicado no mais novo game da Capcom, o Dimension Transfer. E claro que como qualquer garoto de sua idade ele fica totalmente abobalhado quando vê que dentro do jogo uma garota simplesmente começa a “dar bola” para ele e querer que ela o ajude na… vida real. Só que não exatamente o real que ele esperava. O cara é simplesmente transportado para dentro do mundo do game (e ele não percebe isso durante o episódio inteiro). Lá ele já chega causando confusão e salvando a pequena princesa Ecarlete das mãos do exército de Erecpyle, que simplesmente tem o desejo de tomar o poder da garotinha de 8 anos.
Nessa brincadeira Kon acaba se juntando ao bando de Ecarlete ao lado de seus guarda-costas Sainglain e do trap Mariandel (o melhor personagem do anime, disparado). E sim, em meio a 4 personagens tão distintos, existirá uma guerra com Erecpyle (que é derrotado da maneira mais escrota que eu já vi, mas extremamente engraçada) em busca do objetivo do poder do reino. E claro que ainda teremos que descobrir quem é a garota misteriosa que arrastou o atrapalhado Kon para aquele mundo. Como um garoto tão comum, que anda com um headphone no meio de uma sociedade medieval poderá salvar alguém? Bem, ao menos esse parece o objetivo da estranha moça dos seios fartos.
Ixion Saga DT é um daqueles animes que você simplesmente não consegue esperar nada e que com certeza te surpreendem com o resultado final. Principalmente por contar com uma sinopse que difere praticamente em seu total com o que foi apresentado no papel. Enquanto você espera um anime fantástico de batalhas épicas e medievais, você é apresentado à um clima que não te permite ficar sem dar risada durante um só instante do episódio. E o melhor de tudo é que em DT simplesmente não encontramos uma comédia jogada para bel prazer: é tudo estruturado dentro do episódio e que, através de um roteiro simples (adaptado de uma das apostas da Capcom para o mercado de games na vida real) consegue prender o público. Literalmente você não vê o tempo passar.
Claro que aqui podemos citar a fantástica equipe de Gintama envolvida no projeto. Depois de nos deliciar com uma das melhores adaptações de um mangá da Jump, o fantástico School Rumble e com o ótimo Binbougami-Ga, o mestre Shinji Takamatsu prova que não é digno de somente sorte: é competência. Poucos diretores conseguem ter a mão desse cara para uma série, mas esse parece que nem se esforça para tal. Isso sem falar que além de dirigir, ele ainda é responsável pelo roteiro e também pelo character design do anime! Mesmo com uma teórica verba menor do Brains Base (que está aparentemente mais concentrado na adaptação do shoujo Kaibutsu-kun), o resultado surpreende esteticamente. Não por ser fantástico, lindo, maravilhoso; mas sim pelas alternativas encontradas para burlar tais problemas.
As cenas de ação não decepcionam, então notamos claramente a defasagem maior no cenário da produção. Não que isso signifique que o mesmo é “ruim” ou “nem dê para olhar de tão mal feito”, mas vemos que todo o cuidado na caracterização dos personagens, de seus utensílios e principalmente das cenas mais cômicas e “agitadas” da história são o real foco do anime. E vale dizer que o visual único de cada personagem é um dos pontos fortes. Mesmo o protagonista “genérico” (o que me parece muito mais uma piada) consegue ser identificado com facilidade por sua caracterização.
Personagens esses que são os elementos principais da série. Como diria meu amigo Rubio do Ominia Undique, nesse anime temos de tudo! Desde traps (homens que se vestem de mulheres), lolis, personagens parrudos, fracos, genéricos, belos guerreiros, moças com peitos fartos, um esquadrão de guerreiros armados e principalmente a brincadeira constante do autor com os clichês de séries do gênero. A todo instante vemos algum tipo de paródia em cima da atitude dos personagens, como por exemplo o clássico “vou recitar o poder antes de te atacar” – e que inclusive nos trás as cenas mais engraçadas desse episódio. Tudo é muito bem feito, tudo é muito agradável. E um dos grandes pontos fortes da produção: não é apelativo ao ecchi (ao menos não nesse primeiro episódio).
Embalados pela trilha sonora composta pela equipe do Element Garden (que compuseram melodias para Symphogear, Sola e Mouretsu Pirates), o universo do RPG é totalmente mantido dentro da proposta do anime. Além disso as expressões dos personagens, suas interpretações (Jun Fukuyama está IMPAGÁVEL no papel de Mariandale!) e principalmente a direção das cenas: tudo está incrível. Repito: Com certeza a maior surpresa da temporada – para mim – até agora.
Se você procura algo leve, descompromissado, e acima de tudo, que lhe faça dar boas risadas, com certeza esse é o anime que você quer. Ixion Saga pode ser um daqueles animes desconhecidos e que passa despercebido pela maioria durante a sua exibição, mas pelo menos a minha parte de divulgar mais esse trabalho do nosso tio Takamatsu eu estou fazendo.