Comentando – Sword Art Online #15

Incesto… Até aqui, mermão?

Chegamos. O episódio 15 de Sword Art Online chega recheado de expectativas do anime supostamente mais comentado do ano. Enquanto o final do arco anterior deixou tantas perguntas no ar, esse deve (ou pelo menos se espera) que cumpra o objetivo de respondê-las. Agora fica em suas mãos a decisão de seguir em frente. Lembrando, é claro, que a postagem é do episódio 15 e obviamente terá spoilers. Não adianta vir reclamar nos comentários. E não, não sabemos se ela seguirá semanalmente – dependerá do retorno positivo, ou não, de vocês.

Sword Art Online #15

Retorno

Depois do tão famigerado final de Sword Art Online (ou pelo menos o suposto final), finalmente entramos no arco de ALfheim Online. Mas a verdade é que esse primeiro episódio simplesmente não acrescentou em muito na trama. Foi aquilo que chamamos de episódio de transição. Aqui vemos o que aconteceu com Kirito ao final da trama e da vitória para o big boss no jogo anterior, bem como a sua procura por Asuna no mundo real. Na verdade não existe uma procura, já que estamos em um período de 2 meses depois do término de SAO e Kirito já sabe onde sua amada está. O grande problema é que ela está inclusa no grupo de 300 jogadores que não despertaram desde o fim do jogo, e tudo parece um grande plano de um dos desenvolvedores do mesmo que aparentemente “raptou” essas pessoas.

Sim, Sugou (o chefe de um dos departamentos da empresa Recto) tem a intenção de se casar com Asuna na vida real! E tudo isso está sendo movido por uma tendência do pai da garota ser o novo dono da empresa cuidando do projeto de reestruturação de SAO, já que a empresa responsável pelo game originalmente foi a falência depois de Kirito “zerar” o mesmo e Kayaba “desaparecer” no processo. Aliás, só eu acho estranho essa empresa simplesmente ser levada com tanta naturalidade pela família de Asuna? Porcaria, essa coisa praticamente matou a filha deles e eles ainda esperam financiar um projeto? O que essa gente tem na cabeça? Tudo bem que ele ainda não sabe a identidade verdadeira de Sugou e que ele na verdade é um “amigo” da família, mas mesmo assim é algo bizarro de se imaginar. Você não pesquisa o passado das pessoas que você contrata pra sua empresa? Me passa o endereço que tô mandando meu currículo!

Claro que Kirito fica arrasado ao descobrir a situação que Asuna se encontra. Isso sem falar que Sugou o ameaça e o intima a não ver mais a garota no hospital. E obviamente ele não vai conseguir deixar de lado a sua relação com a garota morrer dessa forma e isso é mostrado logo ao final do episódio com a suposta aparição de Asuna em um… jogo on-line. Sim, agora Kirito deve voltar ao jogo e tentar resgatá-la antes que o plano de Sugou consiga se realizar. Ainda devemos acrescentar que nessa segunda fase de SAO surge uma nova personagem que não sabemos se será importante para a trama ou somente para o fanservice. Suguha é sua prima e irmã adotiva (descobrimos que Kirito na verdade é “adotado”) e que… é apaixonada pelo garoto. É, incesto não faltam nos animes atuais mesmo.

Enfim, não adianta elaborar teorias e comentários mirabolantes sobre os próximos episódios. É como se SAO tivesse começado novamente a partir de ALO. Algo importante para a personalidade de Kirito talvez tenha sido essa revelação sobre seu passado. Talvez tenhamos entendido um pouco de seu jeito solitário apresentado desde o início da série, de sua dificuldade de se relacionar e de como ele se apegou a Asuna. Claro, o autor pode não ter pensado em nada disso no decorrer das novels originais, mas abre-se uma porta para tal idéia. Sua determinação em não deixar a garota que ama sumir de sua vida é uma mistura desse sentimento de não querer perder alguém importante de sua vida e ao mesmo tempo pode ser considerado somente um clichê do gênero. A escolha fica aos olhos de quem vê.

E aliás, qual o verdadeiro motivo para Sugou em relação a esse jogo? Porque toda aquela ladainha do primeiro episódio do Kayaba, misturada com todo o papo furado do episódio 14, convenhamos que não foi nada convincente. Ele simplesmente quer fazer um outro jogo, um outro mundo, tacar todo mundo lá dentro (incluindo esses que ainda não acordaram, que no mínimo tem algum papel importante para o novo jogo) e “vamos começar essa bagaça de novo porque vocês são idiotas e vão entrar em um jogo online que todo mundo fica preso, mais uma vez. êêêê”. Eu não sei se eu fico com raiva dele ou da molecada que vai voltar lá pra dentro. Ok, o Kirito tem uma motivação a la Kurono de Gantz, então podemos dar um desconto para ele.

O episódio em si foi lento, parado, sem nada realmente que empolgue. Mas isso não significa que tenha sido ruim, muito pelo contrário, acredito que tenha sido uma razoável e boa introdução para os episódios que se seguem. Como dito anteriormente, talvez o único fator que me deixou com a pulga atrás da orelha tenha sido a presença de Suguha. Ela deve ser a protagonista desse novo arco (ao menos isso não é um spoiler, já que a sequência da nova abertura já deixa isso bem claro), mas a dúvida é qual será sua importância para o mesmo: fanservice? Apenas uma garotinha apaixonada por seu irmão que vai tentar ocupar o coração do garoto? Óbvio que algo assim não deve e não vai acontecer. Não precisa ser muito inteligente pra pensar que se o Kirito está indo desesperado para recuperar Asuna ele não iria se envolver com alguém. Talvez desnecessária a presença da menininha, talvez não. Não quero julgar sem assistir e saber o rumo que a história vai tomar.

Por enquanto o final do episódio deixou uma boa curiosidade no ar para o próximo, algo que os arcos anteriores não conseguiram (em meu caso, claro) atingir. Fico na expectativa de que por serem duas novels a serem adaptadas, as side quests e “fillers” sejam deixadas de lado para que a história possa fluir melhor. Óbvio que isso não deve acontecer, não vou tentar me enganar. No geral, SAO continua um bom anime. Longe de ser o melhor do ano, longe de ser o merecedor de todo o hate. Talvez até longe de seu enorme sucesso. Ao menos é competente no que se oferece e atinge seu público alvo. Não há porque “dropar” agora. Vamos seguindo e ver o que o novo jogo nos trará.

Dih

Criador do Chuva de Nanquim. Paulista, 31 anos, editor de mangás e comics no Brasil e fora dele também. Designer gráfico e apaixonado por futebol e NBA.