Nunca desista do seu sonho, Madara!
Se acabou numa padaria, procure em outra! /prassa
Naruto 625
O verdadeiro sonho
Recomeçamos do capítulo anterior, de onde Madara fez um pedido (calma, não foi de casamento) à Hashirama para recuperar a confiança em seu amigo. O Senju deveria cometer suicídio ou matar a seu irmão, Tobirama. É óbvio que Tobirama acha tudo uma loucura, mas Hashirama parece entender a motivação de Madara e se prepara para dar fim à própria vida; não sem antes deixar expresso que Madara não deveria ser morto e Senjus e Uchihas nunca mais deveriam guerrear entre si.
Mas antes que pudesse enfiar uma kunai no seu estômago – e enquanto tinha lembranças dos tempos que ele e Madara eram apenas crianças brincando de jogar pedras no rio – o próprio Madara o impede de se matar, dizendo que percebeu a coragem de Hashirama. Senjus e Uchihas então selam um pacto, que acabaria com a guerra e criaria a vila que os dois amigos um dia sonharam juntos.
Era chegada a hora de decidir um hokage, o líder dos shinobis que protegeria o País do Fogo. Hashirama queria dar o cargo para Madara, por querer que o amigo visse todos da vila como seus irmãos e os protegesse. Hashirama também conta a Madara que outros clãs – Sarutobi e Shimura também queriam se unir à vila, o que faria ela crescer e prosperar.
Mas ainda faltava um nome para aquela vila de shinobis. Pegando uma folha furada, Madara vê a vila atráves do furo e sugere o nome: Vila Oculta da Folha (Konoha Gakure no Sato). Hashirama, agindo como aquela criança de muitos anos atrás, se deprime com o nome simplório que Madara escolhe para a vila. Porém, o nome é aceito, enquanto aos poucos, os dois amigos refazem sua amizade ao patamar que era antes da guerra…
Os dois conversam sobre as atribuições do hokage, e Hashirama tem a ideia de gravar o rosto de Madara na montanha, para que a vila sempre tivesse o seu líder a protegendo de alguma forma. Madara obviamente acha a ideia absurda, e Hashirama não perde a chance de dizer que o escultor terá liberdade artística na hora de esculpir, para evitar a cara de psicopata de Madara XD
Tobirama interrompe a conversa, avisando que a reunião com os líderes do País do Fogo iria começar; e percebemos que ele e Madara ainda não se dão muito bem, o que fica ainda mais claro numa conversa entre os irmãos. Tobirama não aceita que Hashirama simplesmente determine Madara como hokage, por não achar democrático e também por acreditar que todos na vila acham que Hashirama já é o líder – inclusive os Uchihas.
Os Uchihas continuam sendo o assunto, quando Tobirama menciona que os poderes do sharingan aumentam conforme o ódio da pessoa; ele julga o clã imprevisível, mas Hashirama não gosta nem um pouco do rumo da conversa… até que ela é interrompida por um ruído na janela. Não havia ninguém lá, mas uma folha com um furo, que se parte ao ser pega por Hashirama, é deixada para trás…
Aceitando as ideias democráticas de Tobirama, Hashirama é eleito hokage e seu rosto é esculpido na montanha. Ao que tudo indica, logo depois da eleição, Madara e Hashirama se encontram no clã Uchiha, onde Madara mostra a pedra Uchiha que só pode ser decifrada totalmente usando um doujutsu. Até onde Madara foi capaz de ler, a pedra fala sobre a divisão do mundo em yin e yang, de onde surgiu toda a criação. A interpretação básica seria que a cooperação de duas forças opostas é o caminho para a felicidade.
Entretanto, de acordo com Madara, existe outra interpretação. Ele se mostra ciente do que Tobirama planeja para os Uchihas, diz que tentou tirar o clã da vila, mas ninguém o ouviu; Hashirama, porém, não aceita, quer o amigo ao lado, quer fazer as pessoas apoiá-lo e eleger Madara o segundo hokage de Konoha. Mas Madara não acredita que será possível, pois ninguém acredita nele, nem seu próprio clã. Diz que a cooperação entre ele e Hashirama não passa de uma luta silenciosa. E sem dar mais ouvidos ao que o Senju diz, Madara ativa o sharingan, enquanto fala que o caminho para seu verdadeiro sonho inclui matar Hashirama com suas próprias mãos.
Hashirama, o compreensivo. Tobirama, o intransigente. Madara, o bipolar. São definições simples e rasas como o nome que o Uchiha escolheu pra vila, mas parecem ser o que o capítulo quis passar. Hashirama sempre tentou versar para o diálogo, evitando os atritos e estimulando a compreensão. Já Tobirama parecia não ter muita paciência para essas coisas e gostava de ver o circo pegar fogo. E Madara… bem, instável como todo Uchiha, o que parece explicável pelo sharingan.
No meio dessas relações conturbadas que Konoha nasceu. E quem batizou a vila foi ninguém menos que Madara. Kishimoto e suas simbologias atacam novamente! Achei o detalhe da folha furada, e que depois se partiu, indicando o fim iminente da amizade entre Hashirama e Madara muito interessante e emblemático, bem ao estilo Kishi.
E ao final do capítulo, parece que o medo de Tobirama se tornou realidade. Tomado por sentimentos de desprezo e raiva, Madara ativa seu sharingan já no último estágio e diz que irá matar Hashirama. Essa ainda não é a conhecida luta do Vale do Fim – se é que eles irão lutar nesse momento – mas fiquei com a impressão que Hashirama perdeu seu amigo do mesmo jeito que Naruto perdeu Sasuke para as trevas. Ambos os Uchihas se sentiram desprezados, diminuídos, o que desencadeou em ódio e em desejo de matar. Sentimentos que o sharingan potencializa e ao mesmo tempo é o que faz o doujutsu evoluir, num ciclo de cada vez mais ódio e mortes.
O flashback parece estar chegando ao seu fim, e eu me arrisco a dizer “que pena!”, porque ainda ficarão perguntas no ar (a Mito Uzumaki é uma delas, mas ainda tenho esperança e).Ainda assim, várias dúvidas foram respondidas, o que tornou essa volta ao passado bastante interessante. Mas o que interessa mesmo disso tudo é o que Sasuke irá decidir após ouvir essa história… e estamos cada vez mais perto de descobrir!
Até a próxima!