Uma protagonista sem presença. Um otaku. Como isso dará certo?
Por ser final de ano e estar ocupada com algumas coisinhas, seja do ChuNan ou da vida pessoal, optei por um shoujo curtinho para essa próxima resenha. Ele não é muito conhecido, mas recomendo para quem quer algo rápido e mais… Relaxante.
Comecei a ler ele um ou dois anos atrás, mas na época a scan que acompanhava não havia postado o último capítulo e, através de alguns spoilers sobre o final, acabei deixando o mangá de lado – essa redatora aqui tem mania de começar dez mangás novos e terminar só um. Mas lembro de ter passado a madrugada lendo, havia gostado do desenvolvimento, então retomei a leitura.
A HISTÓRIA
Nakamura Mei é uma garota muito simples do ensino médio. Um dia, enquanto está em uma cafeteria com amigos, Mei acaba se chocando com a mesa de um famoso modelo. Seu nome é Shirou, e ele percebe algo de diferente que lhe chama a atenção na jovem. Mei pede desculpas e ele acaba agarrando-a e levando para fora. Ele diz para Mei que se lembrava que, quando criança, ela era uma modelo e que havia se tornado seu ídolo-otaku – sendo por causa dela que ele havia decidido se tornar um modelo. O que será do relacionamento dessa dupla após o estranho encontro?
CONSIDERAÇÕES TÉCNICAS
Film Girl é um mangá de 2 volumes publicados em 2009 na revista LaLa da editora Hakusensha. Apesar de ser mais conhecida sobre o nome de Ogawa Chise (com o qual ela se destacou fazendo yaois), a autora na verdade se chama Takagi Shigeyoshi.
Então vamos começar nossas considerações pela história. Shirou se tornou modelo por ser um grande fã de Mei quando era mais novo, já Mei, voltou a modelar por causa de Shirou. Clichê? Nem tanto. Apesar de ser um shoujo, o romance entre ambos não é o foco, e sim suas carreiras profissionais; como eles poderiam crescer juntos nesse mundo voltado para as lentes e os flashs. É fácil perceber o apoio que existe entre o casal e como um acaba sendo a consciência do outro quando a situação tem tudo para dar errado.
O traço da autora é muito bonito, e o que mais se destacou foi a maneira como ela desenhou as expressões faciais dos personagens, ainda mais quando se tratava de algum ensaio fotográfico. Ela soube fazer com que a “sem presença Mei”, pudesse virar uma garota que chamasse a atenção de todos.
Os personagens principais me agradaram muito. Mei, apesar de não se destacar tanto, acabou me conquistando com aquele jeitinho fofo e determinado quando se trata de voltar a modelar. Shirou, além de ter toda aquela personalidade maravilhosa de protagonista masculino de shoujo, é o ponto mais cômico do mangá, já que ele é um otaku – “otaku” no sentido real da palavra; alguém que é muito fã de algo ou de alguma pessoa – que precisa esconder sua real personalidade, por causa de seu trabalho. O modo como a autora fez a personalidade deles me cativou, o jeito como eram em frente as câmeras e como agiam quando estavam a sós.
Mas claro, como nem tudo pode ser perfeito, Film Girl tem seus baixos também. Provavelmente não vai ser o preferido dos fãs que adoram as overdoses de açucar, já que o romance acabou sendo “deixado” de lado. Da primeira vez que li o mangá vi muitos comentários a respeito do final, comentários negativos, e posso dizer que muitos terão opiniões semelhantes. Mas, sendo sincera, entendo o que a autora quis fazer, não posso dizer que odiei e mesmo com esse desfecho, foi um ótimo mangá.
COMENTÁRIOS GERAIS
Film Girl é um mangá simples. Não há desafios que possam, realmente, ser chamados de “grandes”, também não há bitches ou aqueles outros machos que disputam o coração da protagonista com o macho principal. Porém, isso não o impede de ser uma boa dica de leitura.
Resumindo, a autora abordou o tema de uma forma bem interessante, mudou a visão de que a profissão de modelo é algo “superficial” e trocou por algo mais puro, mais delicado. Recomendo por ser uma leitura bem agradável e relaxante, para quem quer passar o tempo ou até mesmo procura por algo mais curto, procura por uma leitura sem compromisso, mas que no final rende bons momentos.